Cúpula da PM-DF é alvo da Polícia Federal: suspeita de omissão no 8 de Janeiro leva 5 para a prisão
Entre os detidos estão o atual comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klepter Rosa Gonçalves
Nesta sexta-feira de manhã, a Polícia Federal executou sete ordens de prisão preventiva contra membros da liderança da Polícia Militar do Distrito Federal. Esses indivíduos são suspeitos de não terem agido de forma adequada durante os eventos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Entre os detidos estão o atual comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klepter Rosa Gonçalves (que atuava como subcomandante na corporação em 8 de janeiro), e o ex-comandante Fábio Augusto Vieira, que estava à frente da Polícia Militar do DF na época.
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Além dessas prisões, também foram realizadas detenções de outras pessoas envolvidas. O coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que ocupava um cargo no Departamento de Operações da PM durante os eventos de 8 de janeiro, o coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues e o tenente Rafael Pereira Martins foram todos detidos nesta sexta-feira. Dois outros indivíduos, o coronel Jorge Naime e o tenente Flávio Silvestre Alencar, já estavam detidos. As ordens de prisão foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, em resposta a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os suspeitos são acusados da violação dos deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da Polícia Militar do DF
A PGR havia acusado os suspeitos de crimes contra o estado democrático, dano qualificado e de violarem os deveres funcionais estabelecidos na Constituição e nas normas da PM do DF. Em uma declaração à imprensa, a PGR apresentou evidências de que os suspeitos não agiram de acordo durante os eventos em questão. Eles supostamente estavam ideologicamente comprometidos e concordavam com teorias conspiratórias relacionadas a fraudes eleitorais e golpes. A PGR também alegou que os oficiais em posições de comando receberam informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento antes de 8 de janeiro e o perigo de invasão dos prédios dos Três Poderes.
No mesmo caso, o ministro Moraes havia afastado temporariamente o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por dois meses. O ex-secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, ficou detido por três meses, mas posteriormente foi solto por Moraes. Fábio Vieira foi preso em janeiro e solto em fevereiro, devido à falta de provas para sua prisão preventiva. Os advogados de Fábio Vieira, João Paulo Boaventura e Thiago Turbay, emitiram um comunicado alegando que a prisão preventiva não é fundamentada nos fatos e carece de justificativa jurídica sólida. Até o momento, a defesa de Klepter Gonçalves ainda não se manifestou.
Fonte: UOL