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Em entrevista, Daniel Cravinhos quebra silêncio sobre relacionamento com Suzane von Richthofen

Daniel Bento, conhecido como Daniel Cravinhos, concedeu uma entrevista após anos de silêncio sobre o crime que chocou o Brasil: o assassinato a pauladas de Manfred e Marísia Von Richthofen, pais da então namorada Suzane, junto com ela e seu irmão Andreas.

Daniel Cravinhos fala sobre relacionamento com Suzane von Richthofen

Em entrevista ao escritor Ullisses Campbell, Daniel Cravinhos revelou que sente muita dor ao falar em Andreas, pois acredita que ele é a maior vítima de toda a situação. Daniel afirma que Andreas o perdoou próximo ao julgamento, mas o perdão expirou, pois ele agora é um adulto.

Daniel também falou sobre sua relação com Suzane, afirmando que não tem mais nada para falar com ela. Ele disse que a história dos dois acabou no dia do crime e que, antes, alimentava muita mágoa e raiva, mas percebeu que não conseguia seguir em frente enquanto mantinha esses sentimentos negativos. Daniel afirmou que, se encontrasse Suzane na rua, diria “boa sorte na sua caminhada” e mudaria de calçada.

Por fim, Daniel Cravinhos falou sobre seu arrependimento e a responsabilidade pelo crime. Ele afirmou que, se pudesse voltar no tempo, não se envolveria com Suzane e não levaria seu irmão para o crime. Daniel também pontuou que a ideia foi de Suzane, mas que ele não se exime da responsabilidade.

Relembre o caso

O assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen, Marísia e Manfred, em 31 de outubro de 2002, foi um dos crimes mais chocantes da história brasileira. O caso ganhou grande repercussão na mídia e até hoje é lembrado como um dos mais cruéis e bárbaros. O que pouca gente sabe é que, além dos pais, outro membro da família foi profundamente afetado pela tragédia: o irmão mais novo de Suzane, Andreas, que tinha apenas 15 anos na época.

Após perder os pais, Andreas foi entregue à tutela da avó, Lourdes Maganani Abdalla, e do tio, Miguel Abdalla Neto. Sob os cuidados dos parentes, o jovem sofreu novamente quatro anos depois, quando a avó faleceu. Desde então, Andreas se afastou da mídia e passou a viver de forma discreta.

Suzane conheceu Daniel em agosto de 1999 e, pouco tempo depois, começaram um relacionamento. O casal não recebia o apoio da família, principalmente o da mãe dela. Foi então que o casal se juntou a Cristian, irmão de Daniel, e planejou o assassinato dos pais de Suzane, na tentativa de dividir a herança dos Von Richthofen.

Em 31 de outubro de 2002, Marísia e Manfred foram assassinados em seu quarto. Após uma longa investigação da Polícia, a verdade sobre a autoria veio à tona e o trio foi condenado pelos crimes. Suzane e Daniel receberam a pena de 39 anos e 6 meses de prisão, enquanto Cristian foi condenado a 38 anos e 6 meses.

A vida de Daniel Cravinhos após a prisão

Após ser condenado pelo crime brutal cometido contra o casal Von Richthofen, Daniel Cravinhos foi preso em novembro de 2002. Na época, ele tinha apenas 18 anos e foi sentenciado a 38 anos de prisão em regime fechado.

Durante a sua detenção, Cravinhos cumpriu pena em diversos presídios do estado de São Paulo, e chegou a ser transferido para uma unidade em Mato Grosso do Sul, mas voltou para o estado por medidas de segurança.

Em 2013, após uma série de recursos, sua pena foi reduzida para 23 anos e 3 meses de prisão. Cravinhos também recebeu o benefício da progressão de regime e passou para o semiaberto.

Durante seu período de reclusão, Cravinhos tentou se reinventar. Ele estudou e se formou em Direito na Universidade Anhanguera, em São Paulo, e passou a trabalhar na defesa de outros detentos, principalmente os que não tinham recursos financeiros para contratar um advogado.

Em 2018, após cumprir 16 anos de pena, Daniel Cravinhos conquistou o direito de ir para o regime aberto, mas continuou trabalhando na área jurídica do sistema prisional, auxiliando outros detentos na resolução de processos.

Redação

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