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Daniel Cravinhos: a vida após a cadeia e a liberdade encontrada nas motos

Daniel Cravinhos, condenado a 39 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais de sua então namorada em 2002, recebeu o benefício do regime aberto em 2018 e agora mora no bairro de Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo.

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Ele atualmente trabalha personalizando motos de alta performance e pilota motocicletas, de acordo com suas próprias declarações ao jornalista Ullisses Campbell, autor do livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”.

Aos 42 anos, Daniel Cravinhos compartilha seu trabalho na rede social D’ArtePaint. PRT, onde exibe fotos e vídeos de motos e capacetes que ele mesmo personalizou, incluindo uma motocicleta do ex-participante da MotoGP, Alex Barros. Ele afirma que sempre sonhou em trabalhar com motocicletas de alta velocidade e que, graças a uma rede de apoio, conseguiu se tornar um piloto e designer de motos personalizadas.

O UOL Carros tentou entrar em contato com Daniel para mais informações, mas ele preferiu não dar entrevista no momento.

O mundo das motos desempenhou um papel decisivo nas prisões dos irmãos Cravinhos e Suzane em 2002

É curioso notar que o mundo das motos desempenhou um papel decisivo nas prisões de Daniel, Cristian e Suzane em 2002, após o assassinato dos pais de Suzane, Manfred e Marísia von Richthofen.

Cristian Cravinhos, que também é um entusiasta de motocicletas, acabou sendo descoberto por ter comprado uma Suzuki GSX R logo após os assassinatos. Parte do pagamento foi feito com notas de US$ 100 que haviam sido roubadas do escritório do pai de Suzane, o que acabou chamando a atenção da polícia e ajudando a solucionar o crime.

Atualmente, Daniel e Suzane cumprem pena em regime aberto, enquanto Cristian está no semiaberto após ter perdido o benefício. Ele também foi preso novamente em 2018 por posse ilegal de munição.

Segundo Ullisses Campbell, Daniel Cravinhos iniciou sua carreira como designer de motos enquanto estava preso na Penitenciária 2 de Tremembé em São Paulo. Mesmo na cadeia, ele já mostrava seu talento customizando motocicletas, inclusive a de um servidor da Secretaria da Administração Penitenciária.

Logo outros funcionários começaram a levar suas motos para serem transformadas por ele. Além disso, Daniel também é um entusiasta de aeromodelismo, um hobby antigo que foi mencionado no livro sobre os assassinatos dos pais de Suzane. Ele costumava personalizar e pilotar aeronaves por controle remoto no Parque do Ibirapuera com seu pai, Astrogildo Cravinhos, que infelizmente faleceu em 2014 vítima de câncer de pulmão.

Daniel agora retomou esse hobby antigo e compartilha imagens de suas criações em seu perfil no Instagram.

De acordo com Daniel, ele sente falta do pai, que costumava acompanhar ao parque, e lamenta não ter comparecido ao seu funeral por estar em Tremembé.

“Fico tentando entender como me deixei levar por uma energia ruim na época em que frequentava um lugar tão mágico. Voltar ao parque é uma tentativa de tentar mudar o passado.”

Quanto à sua ex-namorada, Suzane, ele afirma não ter mais nada a dizer a ela.

“Se a encontrasse na rua, falaria ‘boa sorte na sua caminhada’ e mudaria de calçada.”

Fonte: UOL

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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