Defesa busca reviravolta na Chacina do Curió: pedido de novo júri
No domingo, 25 de junho, o advogado Delano Cruz, responsável pela defesa de Antônio José de Abreu Vidal Filho, anunciou que apresentará um recurso buscando um novo júri. Vidal, um militar, foi condenado juntamente com outros três réus no 1º Tribunal de Júri por 11 homicídios consumados, três tentativas de assassinato qualificado, três casos de tortura física e um de tortura mental. Esse episódio ficou conhecido como Chacina do Curió.
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Além de receber uma sentença de 275 anos e 11 meses de prisão, Vidal teve sua prisão decretada pela Justiça. A Justiça também solicitou à Polícia Federal a inclusão do nome dele na lista vermelha da Interpol, já que ele está vivendo nos Estados Unidos. Foi verificado que o nome de Vidal foi inserido no banco nacional de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça com status de pendente de cumprimento.
“Esperamos que o Tribunal de Justiça reconheça o equívoco da decisão e ordene um novo julgamento, pois caso contrário, estará sendo consolidado o maior erro judiciário da história do Ceará”, afirmou a defesa.
A defesa de Vidal solicitou um novo júri, alegando que a decisão foi contrária às provas aprovadas
No Brasil, a pena máxima é de 40 anos de prisão, porém, como o crime ocorreu em 2015, quando a pena máxima era de 30 anos, o tempo máximo a ser cumprido pelos réus é de 30 anos. Os réus Antônio José de Abreu Vidal Filho, Marcus Vinícius Sousa da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio foram considerados culpados.
Os três réus presentes no tribunal foram enviados para uma prisão militar. Além disso, foi tomada a decisão de remoção do cargo de policial militar do Ceará. A defesa alegou que Vidal estava licenciado e residindo nos Estados Unidos há três anos. Delano Cruz afirmou que Vidal só retornaria ao Brasil quando o processo transitar em julgado. A defesa solicitou um novo júri, alegando que a decisão foi contrária às provas aprovadas.
“Não há nenhuma evidência nos registros capazes de comprovar que o soldado Vidal estava presente nos locais dos crimes. Pelo contrário, foi provado tecnicamente e com perícia que o apelante estava em outro lugar”, afirmou.
O advogado Oswaldo Cardoso informou que a defesa irá continuar da decisão do júri em relação ao réu Ideraldo Amâncio. O advogado, que descreveu a sentença como uma “injustiça do sistema judicial”, afirmou que “a condenação de um inocente não traz justiça, apenas gera confusão e causa sofrimento a novas vítimas”.
Fonte: OPOVO