Delegada diz a júri que provas do crime de Flordelis foram queimadas
A sessão do tribunal do júri que apura o envolvimento da ex-deputada Flordelis na morte do seu marido, o pastor Anderson do Carmo, começou na última segunda-feira (7). Entre as testemunhas ouvidas estava a delegada responsável pelas investigações do caso, Bárbara Lomba, e segundo ela, provas do crime teriam sido queimadas no quintal da casa onde a família morava, em Pendotiba, Niterói.
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Depoimento da delegada
A delegada Bárbara Lomba foi a primeira testemunha a ser ouvida na sessão de julgamento, e segundo o seu relato, os policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, onde era lotada à época do crime, encontraram apenas as cinzas no terreno da casa da família durante as buscas por pistas do crime.
A autoridade policial contou também que os celulares da vítima, da ex-parlamentar e de Flávio dos Santos, filho biológico da ex-parlamentar, autor dos disparos contra Anderson, desapareceram.
Outro ponto citado durante o júri de Flordelis foi que as investigações conduzidas pela delegada mostraram que a acusada fez pesquisas sobre venenos, na internet, em 2019, e que no ano anterior o pastor teria sido internado após ser envenenado.
A defesa da ex-parlamentar contestou a afirmação alegando que não faria sentido pesquisar sobre meios de envenenamento depois de supostamente já ter envenenado o alvo.
A delegada, por sua vez, rebateu o defensor dizendo que a tese dele não invalida a possibilidade de ela ter tentado envenenar o marido, e ironizou: “Vai ver ela queria envenenar mais alguém“.
O ministério público questionou Bárbara se ao prestar depoimento em sede policial Flordelis teria relatado ter sido agredida pelo pastor. Segundo a delegada, a ex-deputada disse que a relação com o marido era excelente e que nunca sofreu nenhum tipo de intimidação.
Após o depoimento da autoridade policial, o defensor de Flordelis demonstrou confiança na absolvição de seus clientes e disse:
“Não tem nada que acuse diretamente a Flordelis e os demais. O que eles (a acusação) têm são apenas achismos, indícios não comprovados. Com isso, vai ser muito difícil eles conseguirem provar a responsabilidade dos meus clientes. Inexiste prova, até porque não foram eles.”
O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3.ª Vara Criminal de Niterói., e deve se estender até a próxima quarta ou quinta-feira.
Fonte: UOL