Deputada chama Ricardo Salles de ‘réulator’ e menciona 10 supostos crimes cometidos pelo ex-ministro de Bolsonaro
Sâmia menciona a denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra ele
A deputada federal Sâmia Bomfim, representante do Psol de São Paulo, fez críticas contundentes a Ricardo Salles, membro do PL de São Paulo e relator da CPI do MST, durante uma sessão da comissão nesta terça-feira, 29 de agosto de 2023. Ela se referiu a Salles como “réulator”, mencionando a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra ele. Segundo Sâmia, desde o início havia dúvidas sobre a escolha de Salles para a relatoria devido aos seus supostos interesses em minar a reforma agrária, suas ligações com financiadores de campanha e sua defesa de latifundiários.
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A deputada enfatizou que os eventos recentes, incluindo a denúncia do MPF aceita pela 4ª Vara Criminal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região do Pará na segunda-feira, 28 de agosto, aumentaram a gravidade da situação. Ela destacou que Salles não é apenas um relator, mas agora um “réulator”, considerando que o MPF pediu que ele fosse processado como réu por uma série de crimes. Sâmia apresentou à tona dez acusações contra Ricardo Salles:
- corrupção ativa e passiva;
- prevaricação;
- advocacia administrativa;
- facilitação de contrabando;
- desacato;
- crime contra a administração ambiental;
- obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público;
- falsidade ideológica;
- violação de sigilo funcional; e
- organização criminosa.
A deputada também ressaltou a ironia de Salles estar envolvido na CPI do MST, que ela considera uma tentativa de criminalizar movimentos sociais e defensores de direitos. Ela declarou que os verdadeiros criminosos são aqueles que tentam encobrir os verdadeiros delitos contra o país. Sâmia previu um destino semelhante para Salles ao de outros políticos, como Carla Zambelli e o próprio Bolsonaro, demonstrando que uma empáfia inicial poderia levar a consequências legais graves. Em resposta, Ricardo Salles argumentou que a deputada estava adotando uma postura de vítima e distorcendo as questões, incluindo observações inexistentes de violência de gênero.
Ele criticou a atitude de Sâmia, descrevendo-a como indiretas e ofensivas. Salles negou as acusações do MPF, alegando que a denúncia era maliciosa e politicamente motivada. Ele negou qualquer irregularidade, afirmando que o relatório parcial da Polícia Federal, com base na denúncia, não continha evidências substanciais contra ele. Salles ressaltou que as informações coletadas pelo relatório parcial foram ignoradas pelo MPF. O deputado, que também é relator da CPI do MST, considera a denúncia infundada e irresponsável, destacando o suposto caminho político por trás dela.
Além de Salles, Eduardo Bim, ex-presidente do Ibama, e outros servidores também foram denunciados
Ele alegou que as acusações eram baseadas em suposições e careciam de fundamento. As acusações contra Salles incluem contrabando e participação em organização criminosa, com suspeitas de advocacia administrativa e favorecimento à exploração ilegal de madeira na Amazônia. O ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim, e outros servidores também foram denunciados. Essas acusações foram apresentadas como parte da Operação Akuanduba, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em maio de 2021.
Salles renunciou ao cargo de ministro do Meio Ambiente em junho de 2021. A denúncia afirma que suas movimentações financeiras não condizem com sua renda declarado e que ele liderou uma organização criminosa. A investigação apontou que a organização teria trabalho em conluio entre agentes públicos e privados para legalizar madeira retida nos EUA, contrariando as avaliações técnicas do Ibama. Salles negou as acusações, afirmando que não participou da reunião e que as denúncias carecem de substância.
Fonte: Poder360