Discord: Força-tarefa revela e-mail para denúncias de crimes que abalam a internet
A Procuradoria-Geral de Justiça do estado de São Paulo estabeleceu um endereço de e-mail para que as vítimas possam contatar o Ministério Público e denunciar casos de intolerância e misoginia cometidos através da plataforma Discord. As queixas serão recebidas e consideradas através do e-mail nai.intolerancia@mpsp.mp.br, a fim de responsabilizar os acusados por seus atos criminosos. Essa iniciativa faz parte de uma força-tarefa criada pela Procuradoria-Geral de Justiça em maio, com o objetivo de combater esses crimes.
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Maria Fernanda Balsalobre Pinto, membro do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância, ressaltou que essas são ações criminosas, não apenas desafios praticados por crianças e adolescentes. A maioria dos delitos é cometida por adultos que se aproveitam da vulnerabilidade da plataforma em relação a crianças e adolescentes para promover e divulgar atrocidades.
De acordo com Danilo Pugliesi, promotor de Justiça e membro do Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública, embora crimes individuais e episódios isolados ocorram na internet e devam ser combatidos, no caso específico da plataforma individual Discord há um discurso estruturado de ódio e práticas contínuas de desumanização.
Discord, um aplicativo popular entre os jovens, está sendo usado por criminosos para disseminar conteúdo violento
O Discord, um aplicativo popular entre os jovens, está sendo investigado devido à existência de canais que promovem o nazismo, racismo, pedofilia e exploração sexual. Embora o Discord defenda recursos de bate-papo por voz, texto e vídeo e seja amplamente utilizado por jogadores para se comunicar durante os jogos online, ele também está sendo usado por criminosos para disseminar conteúdo violento. Semelhante ao WhatsApp, o aplicativo permite que os usuários entrem em diferentes salas de conversa com amigos ou desconhecidos.
O procurador-geral da Justiça, Mario Sarrubbo, estabeleceu uma força-tarefa para lidar com essa questão. Ele observou que crianças e adolescentes, principalmente do sexo feminino, estão sendo expostos a práticas sexuais abusivas por meio de provedores de aplicativos, redes sociais de diversas comunidades e jogos online, cujos conteúdos são exibidos aos usuários por meio de bate-papo. O estudo realizado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) abrange tanto aspectos criminais quanto medidas de proteção coletiva.
Fonte: Carta Capital