Economia compartilhada apresenta riscos?
Economia compartilhada apresenta riscos?
Que estamos na era da economia compartilhada, não restam dúvidas. Serviços compartilhados conceituam a tal da economia colaborativa, que se baseiam na seguinte frase: eu preciso, você tem.
Segundo relatório da IE Bussiness School, o Brasil lidera o ranking no mercado latino-americano em possuir serviços que são compartilhados, o que demonstra o enorme espaço que está ganhando no nosso dia a dia.
Desde encontrar apartamentos particulares para se hospedar, utilizar um carro sem pagar o IPVA, e até mesmo trocar de bicicleta quantas vezes precisar, é evidente que estamos diante de um caminho sem volta a qual o consumidor final se atrai cada vez mais pelos preços ínfimos em conjunto com a qualidade dos serviços.
Essa inovação trazida pela Internet altera significativamente os modelos de negócios, modificando desde as empresas concorrentes até a qualidade do serviço que se presta, tornando o comércio mais competitivo.
Por óbvio que alguns setores são mais afetados do que outros, como o caso do Uber e do Airbnb, que geraram grandes repercussões, mas que, ao final, estão bem posicionados e com uma gama considerável de usuários.
A economia compartilhada sempre existiu, mas ganhou força quando a tecnologia serviu de base para que plataformas surgissem com propostas que unissem pessoas. E será que este modelo de negócio apresenta algum risco?
Bom, como qualquer serviço, as plataformas de economia compartilhada também estão sujeitas aos riscos causados por pessoas mal-intencionadas. Fraudadores se especializam todos os dias a fim de praticar os golpes mais sofisticados e bem elaborados.
Mas não se pode negar que cabe ao consumidor possuir maior atenção e fazer conferências mínimas antes de usufruir de certos serviços. Exemplo raro é a venda de um carro para um particular. Você não vai marcar a entrega do veículo às dez horas da noite em uma rua perigosa.
Trazendo para a atualidade, aplicativos de viagens deixam claro para que o passageiro confirme a placa e o modelo do carro com o que está disposto no aplicativo antes de ingressar no interior do veículo.
Já existem casos em que criminosos se passam por motoristas e convencem pessoas a ingressar no veículo, e que infelizmente se tornaram vítimas de crimes, principalmente sexuais.
Por isso, surgem os comentários de que os serviços de economia compartilhada não são confiáveis, mas, lidar com a inovação tecnológica de forma geral nunca foi fácil, e tudo que envolve a internet possui riscos.
No momento em que tudo começou, desde informações que eram apenas trocadas ao vivo e passaram a ser exclusivamente virtual, compras presenciais que perderam força para o e-commerce e pessoas buscando relacionamentos nos aplicativos de paquera, por óbvio que muitos foram totalmente contra, mas com o passar do tempo, estes modelos virtuais passaram a integrar a vida de cada um.
Este receio não poderia ser diferente com relação a economia compartilhada. Afinal, se conectar com um desconhecido dá um certo medo. Pegar carona, usufruir de um cômodo da casa de um estranho e até mesmo deixar seu animal de estimação com uma pessoa que nunca se viu na vida é, por óbvio, delicado.
Mas perceba o poder da tecnologia. Temos fatores positivos até mesmo ambientais, quando, por exemplo, um carro é utilizado para levar 3 pessoas desconhecidas para o mesmo destino, e que antes de uma plataforma de carona existir, teriam exatos 4 carros na rua emitindo poluentes.
Apesar das dificuldades apresentadas que englobam tanto o fator da legislação que peca em não regulamentar determinados serviços, até um maior controle de quem se dispõe a prestar estes serviços, é evidente que as pessoas estão cada vez mais dispostas a fazer negócios com outras pessoas que não conhecem.
Os riscos envolvem pessoas, e pessoas estão em qualquer relação, seja ela virtual ou não. Fraudadores buscam se aprimorar com as inovações tecnológicas, e não estamos livres deles e nem de outros criminosos. Impedir o crescimento da economia compartilhada apenas pelo receio de certos riscos é dar um passo para trás no que tange a evolução da tecnologia e todos os seus benefícios.
Os cuidados que temos no nosso mundo “real” – como não andar sozinho em ruas perigosas, por exemplo – também são os mesmos cuidados que devemos ter no mundo virtual. A diferença é que exige de nós, internautas, uma maior atenção, e não exaltar os olhos quando algo muito “atrativo” surge. O cuidado é indispensável.