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21% dos egressos do sistema penitenciário cometem novos crimes em até 1 ano

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizou um relatório baseado em um estudo inédito para demonstrar dados referentes à conduta carcerária brasileira.

Foram analisados, no total, a vida de 979 mil presos, entre 2008 e 2021. 

Reincidência após deixar sistema penitenciário é de 21% em até 1 ano e 38,9% após 5 anos

Quanto ao aspecto reincidência após deixar o presídio, o estudo demonstrou que a média no primeiro ano gira em torno de 21%, progredindo a uma taxa de 38,9% após 5 anos de saída do Sistema Penitenciário, seja por decisão judicial, progressão de pena ou fuga.

Dos 21% que voltam a cometer delitos ainda no primeiro ano após deixar o presídio, 29% reincidem logo no primeiro mês. 

Ainda entre os egressos que voltam à vida do crime no primeiro ano após a soltura, 50% cometem delitos em até 3 meses.

Crimes mais comuns aos presos detidos no Depen e níveis de reincidência para o mesmo crime

Na pesquisa também constam os crimes mais comuns aos presos, detidos no Depen. 

São eles: uso e tráfico de drogas; roubos; furtos; ameaças e lesões corporais. 

De acordo com o estudo, os que voltam a reincidir cometem estes mesmos crimes. Ou seja, no caso de um detento que cometeu um delito relacionado a drogas, como primeiro crime, 24% tornam a cometer infrações da mesma espécie; 7% evoluem a roubos; 5% furtos; 3% porte ou posse de arma ilegalmente e 3% se envolvem em homicídios.

Nos casos em que roubos são o primeiro crime cometido, 27% seguem na mesma linha; 8% passam a furtar; 6% se envolvem com tráfico de drogas; 3% receptação de produtos roubados e 3% por porte de armas.

Quando a primeira prisão é por furto, 35% se mantém neste mesmo delito; 9% evoluem a roubos; 5% se envolvem com o tráfico de drogas; 4%, ameaças e 3% receptação.

Em se tratando de ameaças como crime primário, 21% retornam ao Sistema Penitenciário pelo mesmo tipo de infração. Dez por cento evoluem à lesão corporal; 7% furto; 5% roubo e 4% drogas.

Em prisões por lesões como primeiros crimes, 18% dos detentos votam ao cárcere pelo mesmo tipo de delito. Dezesseis por cento tornam a ficar presos por ameaça; 6% furto; 6% roubo e 4% por envolvimento com tráfico de drogas.

Fonte: Metrópoles

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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