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“Enfermeiro Serial Killer” do RJ: propina, mortes e a máfia funerária revelada

Enfermeiro serial killer no Rio de Janeiro (RJ)

Há 25 anos, veio à tona um esquema no Rio de Janeiro, com mais de 100 pacientes mortos por Edson Izidoro Guinarães. O auxiliar de enfermagem, conhecido como ‘enfermeiro serial killer’ cometeu os seus crimes na Unidade de Pacientes Traumáticos (UPT) do Hospital Municipal Salgado Filho. Assim, o esquema do criminoso envolvia propina e casas funerárias.

Enfermeiro da morte
Imagem: Patricia Santos/FolhaPress

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A denúncia que revelou o horror

A investigação se iniciou quando um auxiliar de limpeza observou Edson assassinando um dos seus pacientes. Na ocasião, o homem matava em troca de dinheiro que as casas funerárias pagariam ao serem avisadas sobre os cadáveres nos hospitais.

Com a denúncia em mão, a Secretaria de Segurança Pública analisou durante três dias sobre a quantidade de mortes no hospital. Então, durante o período que Guimarães não estava no local, não houve nenhuma. Com isso, durante um plantão do criminoso, cinco policiais foram disfarçados até o hospital e prenderam o homem, que confessou os crimes.

Os métodos macabros de guimarães

Durante o seu depoimento, Edson não demonstrou arrependimento e disse que matavam eles para amenizar o sofrimento das famílias. Para cometer o crime, o auxiliar de enfermagem tinha duas táticas: desligar os aparelhos, ligá-los de volta após a morte e acionar os médicos, ou injetar cloreto de potássio na veia dos pacientes.

“Eles estavam sofrendo e eu amenizava o sofrimento das famílias. Escolhia quem não tinha outro meio de sobrevivência. Não me arrependo”, afirmou Guimarães.

Motivação financeira e o esquema de propina

Diferente da maioria dos serial killer, Guimarães não matava por prazer, mas sim pela motivação financeira. Com isso, ele fazia parte de um esquema de propina entre as casas funerárias e funcionários do hospital.

“Eles pagam entre R$ 80 e R$ 100 para cada vez que avisamos. Quando é morte por acidente de trânsito, pagam entre R$ 800 e R$ 1.000”, explicou ele.

Quando tinham conhecimento sobre os falecimentos, as casas funerárias entravam em contato com as famílias das vítimas para fechar negócio antes da concorrência. Então, em busca de receber uma propina ainda maior, Edson chegou a negociar valores de velório e enterro diretamente com as famílias.

Confissão e contradições

Após a prisão, Edson confessou todos os seus crimes durante uma coletiva de imprensa na delegacia. Além disso, detalhou os seus métodos e motivações. No entanto, alguns dias depois, o criminoso negou e afirmou que a confissão foi obtida sob agressão dos policiais. Julgado no ano de 2000, Guimarães pegou 76 anos de prisão, mas teve a pena reduzida para 31 anos em 2001.

A reação da sociedade e das autoridades

O caso de Edson mostrou um lado sombrio entre o sistema de saúde e as casas funerárias no Rio de Janeiro. Além disso, a revelação de propina e dos assassinatos causou revolta e indignação da sociedade. Com isso, as autoridades abriram uma série de investigações sobre as práticas ilegais nas instituições de saúde e funerárias.

Já as autoridades, polícia e promotoria, reforçaram a importância de denúncias e vigilância por parte da população, para evitar que novos casos semelhantes aconteçam. Por outro lado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro não falou sobre a situação de Guimarães.

Reflexões sobre o caso

O caso do enfermeiro serial killer é um lembrete dos riscos que são associados à corrupção e falta de fiscalização no sistema de saúde. Assim, além de ceifar vidas, as ações de Guimarães violaram a confiança entre pacientes e os profissionais da saúde. Além disso, manchou a história da saúde pública do Rio de Janeiro.

Edson Guimarães
Imagem: Divulgação

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