Entenda os motivos de Alexandre de Moraes para autorizar operação contra Bolsonaro
A operação da Polícia Federal que teve como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que acredita que Bolsonaro tinha plena ciência do esquema de adulteração de dados vacinais investigado pelas autoridades.
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Bolsonaro negou conhecimento do suposto esquema em entrevistas concedidas na quarta-feira e afirmou que ele e sua filha não foram vacinados.
A Operação Venire investiga um suposto esquema liderado pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, para alterar dados de vacinação de pessoas próximas ao militar, incluindo o ex-presidente e sua filha.
O ex-secretário de comunicação do governo de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, negou a acusação de adulteração dos cartões de vacinação do ex-presidente, afirmando que a informação é uma “obra de ficção oportunista”.
No entanto, seis pessoas foram presas preventivamente e mandados de busca e apreensão foram expedidos, incluindo um na casa do ex-presidente em Brasília, onde os agentes da Polícia Federal apreenderam um telefone celular.
Segundo as investigações, dados falsos foram inseridos nos sistemas de vacinação do Ministério da Saúde indicando que Bolsonaro havia sido vacinado, o que contradizia o discurso do então presidente.
A Polícia Federal argumentou que Bolsonaro tinha “plena ciência” do esquema e, apesar da Procuradoria-Geral da República ter sido contra o mandado de busca e apreensão, o ministro do STF Alexandre de Moraes acatou o pedido da PF.
A operação envolve Mauro Cid, assessores próximos a Bolsonaro e servidores públicos de Duque de Caxias.
Mauro Cid é acusado de ter adulterado cartão de vacinas de Bolsonaro com seu consentimento, segundo Moraes
A Polícia Federal e Alexandre de Moraes afirmam que a proximidade de Mauro Cid com Bolsonaro e sua posição como um de seus assessores mais próximos torna improvável que o ex-presidente não soubesse do esquema de informações falsas sobre sua vacinação.
Cid também está sendo investigado pela Polícia Federal em um caso envolvendo joias dadas pelo governo da Arábia Saudita à família Bolsonaro.
Embora a Procuradoria-Geral da República tenha argumentado que não havia evidências de que Bolsonaro soubesse do esquema, Moraes discordou e autorizou a busca e apreensão na casa de Bolsonaro em Brasília.
Ele afirmou que a linha investigativa que sugere que Bolsonaro tentou se beneficiar da inserção de dados falsos sobre a vacinação é plausível, lógica e robusta.
Fonte: BBC