Equidade salarial: a legislação determina, mas na prática não acontece
Desigualdade salarial de gênero persiste no Brasil
Apesar dos avanços em relação à igualdade de gênero em todo o mundo, ainda estamos longe de alcançar a equidade salarial entre homens e mulheres. No Brasil, a situação é especialmente preocupante. O país ocupa a 94ª posição no ranking Global Gender Gap Report 2022 do Fórum Econômico Mundial, que analisa a igualdade de salário entre os gêneros em 146 nações.
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Por que a disparidade salarial é tão grande?
É amplamente reconhecido que as mulheres enfrentam uma série de desafios em sua carreira, como a necessidade de equilibrar o trabalho remunerado com a administração do lar. Essa sobreposição de papéis sociais reduz as oportunidades disponíveis para as mulheres e contribui para a diferença salarial entre gêneros no mercado de trabalho.
Qual é a situação atual?
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que as mulheres no Brasil ganham uma média de 21% menos do que os homens. Mesmo em setores onde as mulheres são maioria, como educação, saúde e serviços sociais, elas ainda ganham menos do que seus colegas do sexo masculino. Isso se reflete também na quantidade de mulheres em cargos de liderança: apesar de um pequeno aumento na última década, elas ainda ocupam apenas 39,2% desses cargos.
Quais são as soluções em potencial?
Apesar da situação desanimadora, algumas empresas no Brasil estão trabalhando para abordar a desigualdade salarial de gênero e promover maior equidade. A Natura &Co, por exemplo, recentemente anunciou que eliminou as diferenças salariais entre os gêneros dentro da empresa, enquanto a Danone Brasil possui 50% de mulheres em posições de liderança.
Ambas as empresas também estão adotando estratégias e políticas para apoiar as mulheres em sua vida profissional e pessoal, tais como licenças maternidade mais longas e flexíveis e apoio às mulheres em situação de violência de gênero.
No entanto, uma solução eficaz para a desigualdade salarial de gênero no Brasil vai exigir mais do que ação individual das empresas que já estão comprometidas com a equidade. Será necessário um esforço conjunto do setor privado, do governo e da sociedade civil para assegurar que todas as mulheres tenham oportunidades iguais e justas no mercado de trabalho.