Conheça o histórico de escândalos de Roberto Jefferson
Ao receber agentes da Polícia Federal a tiros neste domingo, ganhando destaque no noticiário do país inteiro, o ex-deputado Roberto Jefferson repete um enredo que dominou sua trajetória até hoje.
Jefferson, que é ex-apresentador de programa de auditório, sempre gostou dos holofotes e do poder — ou de quem estava no poder.

Atualmente é aliado de Jair Bolsonaro. Após ter sua candidatura à Presidência rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pois estava em prisão domiciliar, lançou o autointitulado padre Kelmon (PTB), que participou de debates como uma linha auxiliar de Bolsonaro.
Trajetória de apresentador marcou início da carreira de Roberto Jefferson na política
Quando apresentador, Roberto Jefferson se lançou na vida pública com o programa “O Povo na TV”, transmitido pela antiga TVS, atual Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) entre 1981 e 1984. Em dezembro de 1982, o programa ficou marcado pela morte ao vivo do bebê de uma espectadora.
Após cumprir sua pena, chegou a indicar a filha ao governo de Michel Temer, tendo sido barrada pelo STF por dívidas trabalhistas.
Com a popularidade do programa de TV, Jefferson se elegeu no ano seguinte deputado federal do Rio pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Na vida política, Jefferson ganhou fama ao integrar a tropa de choque contrária ao impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992.
Nos anos 1990, seu nome foi citado na CPI do Orçamento, que investigou um esquema de propinas a parlamentares. Em 2005, no exercício do sexto mandato de deputado federal, foi cassado por seus pares pelo mensalão.
Jefferson foi condenado pelo Supremo por escândalos de corrupção
Em 2012, foi condenado pelo Supremo a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo esquema. Cumpriu 14 meses da pena em um presídio de Niterói, na região metropolitana do Rio, até ser beneficiado por uma decisão do STF, de 2015, que o colocou em regime aberto.
Em 2016, uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso o favoreceu com um indulto, que extinguiu a punição. Desde então, Jefferson atribui às suas denúncias, que explodiram o escândalo do mensalão, o motivo pelo qual o Brasil “não virou uma Venezuela”.
Também foi condenado pelo escândalo Valdemar Costa Neto, hoje presidente do PL de Jair Bolsonaro.
No mês passado, Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o ex-deputado retornaria à prisão em regime fechado caso voltasse a descumprir medidas cautelares impostas a ele, como a proibição de dar entrevistas, receber visitas e usar redes sociais. Neste domingo, o ministro determinou nova ordem de prisão após Jefferson gravar vídeo em que chama a ministra Cármen Lúcia de “vagabunda”, entre outros xingamentos misóginos.
Fonte: UOL