Novas evidências no caso Elize Matsunaga: documento falso é encontrado em seu celular
A perícia da Polícia Científica de Sorocaba (SP) encontrou novas evidências no caso de Elize Matsunaga, condenada por matar e esquartejar o marido em 2012. Ela cumpre liberdade condicional desde maio de 2022, mas foi detida em Sorocaba por suspeita de uso de documento falso. A perícia concluiu que o atestado de antecedentes criminais falsificado em nome de Elize foi feito com base em um atestado original de um funcionário da empresa em que ela trabalhava na cidade.
Dois documentos foram encontrados no telefone celular de Elize pela perícia, o original e o falsificado. A análise foi feita a partir do cumprimento de um mandado de busca e apreensão da Justiça. Embora Elize tenha negado a falsificação em depoimento, a polícia a indiciou e o laudo da perícia indica mais indícios de que ela poderia ter falsificado o documento.
O documento falsificado foi feito em cima do original, modificando nomes, data de nascimento, código QR e linha verificadora de autenticidade. O funcionário do documento original afirmou em depoimento que retirou o atestado pelo celular de Elize Matsunaga e que ela também ficou com o arquivo original. Ele alega desconhecer que seu documento tenha sido usado em uma falsificação.
O laudo aponta que o documento foi encaminhado para um conversor de arquivo, do formato PDF para Word. Além disso, foram realizadas buscas por documentos com modificações como o nome de Elize Araújo Giacomini. No celular, foi encontrado o documento relacionado ao nome do funcionário como o nome de Elize Araújo Giacomini.
Falsificação documental de Elize Matsunaga
Elize Matsunaga foi acusada de utilizar um atestado de antecedentes criminais falso para conseguir emprego em Sorocaba (SP). A Polícia Civil divulgou, em fevereiro de 2023, que o documento apresentava três adulterações: o nome do funcionário da empresa em que ela trabalhava foi sobreponto, o QR Code foi borrado e dois números do alfanumérico foram suprimidos.
Os documentos foram apreendidos e enviados para a perícia, que comprovou a falsificação. Segundo o delegado Acácio Leite, a cópia mal feita do verdadeiro caracteriza o uso de documento falso por parte de Elize Matsunaga. O documento foi analisado com material óptico adequado para identificar as adulterações.
O atestado apresentado por Elize usava seu nome de solteira, Elize Araújo Giacomini. A polícia está investigando o caso e Elize foi indiciada pelo crime de uso de documento falso. A defesa da ré nega as acusações e afirma que ela não cometeu qualquer falta grave desde que foi liberada da prisão em maio de 2022.
Função do documento
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), o atestado de antecedentes criminais é emitido pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD) com o objetivo de informar a existência ou inexistência de registros de antecedentes criminais de um cidadão. O documento reflete a situação do indivíduo no momento da pesquisa e não contém a ficha pessoal do mesmo.
A SSP esclarece que o documento apresenta apenas uma resposta positiva ou negativa quanto à existência de pendências jurídico-criminais atuais e tem validade de 90 dias. No entanto, o sistema do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ainda indica a execução da pena de Elize Matsunaga na cidade de Franca. O TJ não se pronunciou sobre o assunto.
Relembrando o caso
Em maio de 2012, o empresário Marcos Kitano Matsunaga foi morto e esquartejado pela esposa, Elize Matsunaga. Após o crime, Elize tentou ocultar as provas, desmembrando o corpo da vítima e espalhando as partes pelo bairro de Cotia, na região metropolitana de São Paulo. O assassinato chocou a sociedade brasileira e teve grande repercussão na imprensa nacional.
Elize Matsunaga foi condenada pelo homicídio em março de 2016, após um julgamento que durou seis dias. A sentença foi de 19 anos, 11 meses e um dia de prisão em regime fechado. A defesa de Elize alegou que ela agiu sob forte emoção e que sofria de transtornos psiquiátricos. No entanto, a juíza responsável pelo caso considerou que a ré teve motivação financeira para matar o marido, com quem mantinha uma relação tumultuada.
Após cumprir 10 anos de prisão, em maio de 2022, Elize Matsunaga obteve liberdade condicional. Desde então, ela tem tentado reconstruir a sua vida e retomar o convívio social.