Ex-deputado estadual acusa Moro de pedir grampo para monitorar ministros do STJ, juízes e desembargadores
Tony Garcia pede à ANCV a anulação de ações de Sérgio Moro
Em uma reviravolta impressionante, o ex-deputado estadual e empresário Tony Garcia busca, junto ao STF, a anulação de todos os atos ligados processos penais sob o cargo do ex-juiz federal e atual senador Sérgio Moro. Segundo Garcia, Moro utilizou sua figura para investigar outras autoridades, incluindo juízes e desembargadores, sobre casos desconexos com seus processos.
A relação entre ambas partes data dos anos 2000, quando o ex-político foi incriminado por fazer parte de um esquema fraudulento no Consórcio Garibaldi. Em dezembro de 2004, sob a homologação de atual Senador, Tony Garcia assumiu um pacto de colaboração premiada.
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Reviravolta: em uma postagem feita por Garcia em suas redes sociais, ele se define como um “refém” da Justiça, mais especificamente da “República de Curitiba”, sob o comando de Moro. O ex-deputado afirma que somente sob a condição de “refém” ele foi pressionado a praticar outros crimes sob o pretexto de em nome da Justiça.
O senador, quando procurado para comentar as acusações, descreve Tony Garcia como um criminoso convicto, sancionado por fraude e apropriação indébita. Moro defende que o acordo de colaboração firmado em 2004 exigia a reintegração dos valores fraudados do Consórcio Garibaldi. Ademais, explicita que todas as diligências foram documentadas e qualquer insinuação de que Garcia possuísse gravações de figuras de autoridade com foro privilegiado é falsa.
De acordo com o que foi revelado ao STF, o ex-juiz Moro delineou um pacto de delação que envolvia a coleta, por parte de Garcia, de provas substanciadas de uma série de casos que envolviam supostas condutas indevidas de membros do Poder Judiciário. Isso incluía, por exemplo, um caso em que um ex-presidente do TJ-PR e um advogado teriam solicitado R$ 65 mil para conceder um recurso especial.
Impacto: estas acusações podem implicar Sérgio Moro em um destino semelhante ao de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato. Dallagnol perdeu seu mandato como deputado federal após o TSE entender que a saída do procurador da carreira foi uma artimanha para evitar penalidades por procedimentos administrativos no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Fonte: Terra
