Ex-marido que matou juíza a facadas é condenado a 45 anos de prisão
O 3º Tribunal do Júri do Rio condenou na madrugada desta sexta-feira (11), o engenheiro Paulo José Arronenzi a 45 anos de prisão pelo assassinato de sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral.
Viviane foi esfaqueada 16 vezes por Arronenzi diante das três filhas na véspera do Natal de 2020, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. Com a condenação, o engenheiro deverá cumprir a pena em regime fechado.
Paulo José Arronenzi foi condenado a 45 anos de prisão por homicídio quintuplamente qualificado
A condenação de Paulo foi por homicídio quintuplamente qualificado. As qualificadoras que levaram ao aumento da pena foram o feminicídio, ou seja, a vítima foi morta pelo fato de ser mulher; presença de ascendentes (os 36 filhos do casal); motivo torpe, já que o acusado a matou por não se conformar com o fim do relacionamento; meio que dificultou a defesa da vítima, atacada de surpresa quando descia do carro; meio cruel, uma vez que as múltiplas facadas no corpo e no rosto causaram intenso sofrimento à vítima.
O juiz Dias Teixeira escreveu em sua decisão que:
“A personalidade do acusado é adversa e corrompida. Tal se evidencia pelo padrão hostil adotado a partir de certo período com sua ex-esposa e parentes próximos. As testemunhas ouvidas no decorrer da instrução criminal atestam uma postura descontrolada, cercada de rompantes de raiva tal como na ocasião em que chegou a arremessar um copo de vidro na parede, ferindo com estilhaços a perna de uma de suas filhas menores.”
O magistrado relata outros episódios violentos do acusado.
“Há, ainda, relatos de que o réu, após ser informado pela vítima sobre a separação, empurrou Viviane agressivamente contra o solo. Neste mesmo dia foram lançadas várias roupas e pertences pessoais da vítima e suas filhas pela grade do condomínio de Sara (mãe da vítima), além de inúmeras ameaças de morte. Tais fatos, aliados ao temor pela segurança das filhas, fez com que a vítima requeresse medida protetiva.”
A defesa de Paulo José Arronenzi informou que irá recorrer da decisão, uma vez que sustentou que o engenheiro era semi-imputável.
“Em virtude de perturbação da saúde mental, era parcialmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.”
Arronenzi estava em prisão preventiva há quase dois anos, e em função disso o juiz determinou que ele deve cumprir o restante da pena, de 43 anos.
O assassinato da juíza aconteceu na véspera do Natal de 2020, quando Viviane levava as crianças para passar a data com o pai, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. A juíza foi atacada de surpresa quando descia do carro para deixar as filhas com o ex-marido.
Arronenzi foi preso em flagrante logo em seguida por guardas municipais.
Fonte: G1