Ex-presidente do Santos é flagrado em vídeos e áudios negociando devolução de cocaína para traficantes
O ex-presidente do Santos Futebol Clube e investigador de polícia, Orlando Rollo, está sendo investigado por suspeita de negociar com uma das maiores facções criminosas do Brasil, a entrega de cargas de cocaína apreendidas em ações policiais.

Além do ex-presidente dos Santos, outros policiais também são investigados
De acordo com as investigações, Orlando Rollo e outros três policiais receberam uma denúncia de que uma grande quantidade de cocaína seria repassada de um caminhão para outro na Rodovia Cônego Domenico Rangoni. A droga teria como destino o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ).
Segundo o Ministério Público, nesse momento, Rollo e os outros policiais decidiram desviar parte da cocaína encontrada dentro do caminhão, um total de 790 dos 958 kg de drogas apreendidas, para ser mais exato.
Depois disso, Rollo e um advogado passaram a conversar sobre a negociação para devolução da droga. Em trecho da conversa, o advogado pergunta se o encontro poderia ser na 3° DP, e o investigador confirma que seria melhor lá.
A investigação do Ministério Público mostra que o advogado e Rollo começaram a trocar mensagens no mesmo dia para negociar a devolução das drogas e que o advogado perguntou se o encontro poderia ser no 3° DP. O investigador confirma que seria melhor lá.
O MP alega ainda que a reunião chegou a acontecer, mas não teve acordo porque o membro da facção aceitou pagar apenas R$ 3 milhões pela droga, mas os policiais denunciados exigiam, no mínimo, R$ 4 milhões. Como não houve acordo, as conversas voltaram a acontecer, e um dos envolvidos aceitou devolver os 790 kg de cocaína pelo valor solicitado.
Embora os suspeitos tenham organizado a logística para a devolução da droga, ela não foi possível porque o traficante foi preso em 8 de agosto e um mês depois o advogado envolvido também foi preso. Já Rollo e outros três policiais civis foram presos durante uma operação em 18 de novembro.
O promotor de Justiça responsável pelo caso, Renato dos Santos Gama, afirmou que a denúncia foi oferecida contra sete agentes, sendo quatro policiais civis, um advogado, o traficante da droga e o motorista que estava transportando a cocaína.
A prisão preventiva dos suspeitos foi decretada pelo juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos, Walter Luiz Esteves de Azevedo.
A defesa de Orlando Rollo, alegou que não concorda com a decretação da prisão preventiva e vai entrar com um recurso para revogar a medida cautelar.
Fonte: G1