Ex-secretário da SEAP, que enalteceu Marcinho VP, é solto

Raphael Montenegro, ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, que havia sido preso e exonerado do cargo no último dia 17, acusado de favorecer traficantes, teve sua liberação decretada na manhã de sábado (21), juntamente com dois outros ex-servidores da cúpula SEAP.

A soltura ocorreu, pois nem a Polícia Federal tampouco o Ministério Público Federal, requereram a conversão ou prorrogação da prisão temporária, cujo prazo se encerrou no último sábado (21).

O ex-secretário foi flagrado em escutas no presídio federal de Catanduvas, no Paraná, unidade prisional fora de sua jurisdição, nos dias 27 e 28 de maio deste ano, oportunidade na qual teria conversado com Marcinho VP e outros nove criminosos, enaltecendo-os e oferecendo facilidades, como um retorno tranquilo do traficante ao sistema prisional fluminense.

As investigações, inclusive, têm demonstrado que ele promoveria transferências de detentos entre presídios e facilitaria a entrada de itens proibidos nas unidades prisionais. As investigações apontaram que ele teria até mesmo soltado um traficante de alta periculosidade com mandado de prisão em aberto.

Acontece que logo depois da prisão, publicações no Diário Oficial do Estado exoneraram os três e o governo emitiu nota dizendo que era o “maior interessado” nas investigações.

Com a liberação no sábado, o ex-secretário foi solto ontem, domingo (22) pela manhã.

A exoneração e prisão de Montenegro provocou mudanças na administração da SEAP, pois, logo após nomear o delegado da Polícia Federal Victor Hugo Poubel para o cargo de secretário, o governador Cláudio Castro anulou o próprio ato e o trocou pelo ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Fernando Veloso.

Segundo Poubel, que ficou apenas quatro dias no cargo, ele mesmo pediu para sair da pasta por motivo de “foro íntimo”.

Poubel já havia começado a rever os atos de Montenegro e nomeado um brigadeiro da Aeronáutica para averiguar eventuais problemas nos contratos da SEAP, além de ter determinado a derrubada de um “motel irregular” dentro do complexo de Gericinó em Bangu, que estaria sendo usado para supostas visitas íntimas de presos sem tal direito.

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