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Exame de DNA inocenta homem que passou 28 anos na prisão

Um homem que passou 28 anos na prisão foi solto no Condado de Westmoreland (Pensilvânia, EUA). John Kunco estava cumprindo pena por estupro quando um exame de DNA provou sua inocência. Os advogados também descobriram que Kunco tinha um álibi comprovando seu paradeiro no momento exato do crime.

O crime ocorreu no dia 16 de dezembro de 1990, por volta das 5 da manhã. Na ocasião, uma mulher cega de um olho acordou e encontrou um homem em seu quarto. Nas seis horas seguintes, a vítima foi brutalmente estuprada e torturada pelo agressor. Em suma, Kunco foi originalmente identificado como autor do crime.

Entre influências e incertezas

Kunco, que tem uma pequena dificuldade para falar, foi ouvido na delegacia do Condado de Westmoreland dois dias após o ataque. O policial William Dlubak, sem nunca ter ouvido a voz de Kunco, perguntou à vítima se reconhecia a voz. Influenciada pelo policial, a vítima passou a acreditar que o homem era seu agressor.

Além disso, marcas de dentes no ombro da vítima também levaram à condenação. No julgamento, a Acusação contou com o testemunho de dois dentistas forenses, Michael Sobel e Thomas David, que afirmaram, “com um grau razoável de certeza dentária”, que os dentes de Kunco combinavam com uma marca no ombro da vítima.

John Kunco era o superintendente do prédio no apartamento onde a vítima morava. Ele só havia conversado com ela uma única vez, de forma breve. Durante todo o julgamento, aliás, afirmou ser inocente. Ainda assim, o norte-americano acabou sendo condenado e sentenciado a 90 anos de prisão.

Esgotadas as vias recursais, Kunco entrou em contato com o Innocence Project. Em 2009, novos exames de DNA sobrevieram. Em resumo, os teses identificaram DNA masculino diverso de Kunco. Apesar da evidência, o tribunal se recusou a anular a condenação, entendendo que a marca de mordida era suficiente para mantê-la.

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Após quase três décadas preso injustamente, Kunco foi libertado (Crédito: Innocence Project)

Novo exame de DNA

Nos anos que se seguiram, a evidência da marca de mordida foi amplamente desacreditada. Com base no descrédito da prova, o Innocence Project apresentou uma nova moção para anular a condenação. De fato, o pedido teve por base um cobertor apreendido na cena do crime, que ainda estava disponível para teste de DNA.

Autorizado pelo tribunal, o exame de DNA identificou um único perfil masculino desconhecido de sangue no cobertor, excluindo Kunco da cena do crime. Além disso, os advogados também descobriram novas evidências provando que o norte-americano não poderia ter cometido o crime.

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Evidências de DNA inocentaram Kunco (Crédito: Innocence Project)

Álibi comprovado

Em síntese, os procuradores descobriram que Kunco estava ao telefone. No exato momento em que o crime ocorreu, ele estava conversando com o proprietário do edifício. Assim sendo, tanto existiam provas definitivas de DNA quanto um álibi forte provando a inocência do norte-americano.

Somos gratos ao tribunal por anular a condenação de Kunco e restaurar sua liberdade. – Karen Thompson (advogada sênior do Innocence Project)

Após quase três décadas preso injustamente, Kunco foi libertado da prisão de Westmoreland County. O caso, contudo, foi adiado por 90 dias para manifestação do Promotor. Enfim, agora que há provas irrefutáveis ​​de DNA apontando a inocência de Kunco, a expectativa é de que seja ignorada a acusação.

Redação

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