Ex-cabo da FAB é condenado por agredir 15 soldados com cabo de vassoura
Ex-cabo da Força Aérea Brasileira condenado por agressão aos próprios soldados
Um ex-cabo da Força Aérea Brasileira (FAB), que desempenhava suas funções no Distrito Federal, foi recentemente condenado a dez meses de detenção em regime aberto. O motivo? Agressões cometidas entre os meses de agosto e setembro de 2022 a 15 soldados que estavam sob seu comando. Segundo consta no processo, o ex-servidor recorria à violência física por questões banais como barulho no alojamento, atrasos e armários desorganizados.
A justiça militar, através da 11ª Circunscrição Judiciária Militar – parte integrante do Superior Tribunal Militar (STM) responsável por casos registrados em Brasília, julgou o caso. A decisão foi emitida em junho de 2023. O acusando já não faz mais parte do quadro da Aeronáutica. No entanto, o processo não especifica se o ex-cabo foi expulso ou se deixou a Força por término de tempo de serviço.

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Por que o e-x cabo da FAB agredia os soldados?
De acordo com o depoimento de uma das vítimas, em uma das ocasiões o cabo adentrou o alojamento dos soldados após uma sessão de exercícios físicos e, irritado com o barulho, iniciou as agressões. O soldado relator encontrava-se no banheiro e escutou os sons de pancadas. Ao sair, foi surpreendido pela ordem do superior, ex-cabo da FAB de se juntar aos demais no dormitório porque também “apanharia como os outros”.
O ex-cabo da FAB ordenava os soldados a se posicionar de forma a receberem a punição, que era realizada com o auxílio de cabos de madeira e ripas utilizados para acertar as nádegas dos soldados. A situação se repetia diversas vezes, variando somente a vítima da vez. Todos os soldados foram submetidos a exames de corpo de delito, que confirmou a existência de lesões em 15 deles.
Como ocorreu o processo de defesa do ex-cabo da FAB?
No tribunal, o cabo confirmou os relatos das vítimas e demonstrou arrependimento, afirmando que não tinha intenção de machucar ninguém. A sua defesa foi realizada pela Defensoria Pública da União de Brasília. Os advogados solicitaram a absolvição do militar, argumentando que as lesões nos soldados eram de pequena gravidade e que não existia intenção de causar dano.
O juiz Frederico Magno de Melo, da Justiça Militar, entendeu que aconteceu crime continuado por parte do ex-cabo. O juiz destacou que o acusado sempre apresentava um motivo irrelevante para justificar as agressões, e posteriormente afirmava que as agressões eram na realidade uma preparação para o estágio de Polícia da Aeronáutica. A decisão final foi pela condenação de 10 meses em regime aberto, ainda cabendo recurso. A FAB ainda não se pronunciou sobre o caso.
Fonte: Metrópoles