Facção evangélica domina favelas do Rio e impõe “guerra santa”: o que se sabe sobre a Tropa de Arão
A ascensão da Tropa de Arão e a “guerra santa” nas favelas
O Rio de Janeiro vive um novo capítulo na guerra pelo controle das favelas. A Tropa de Arão, facção criminosa com forte inspiração evangélica, domina o Complexo de Israel, impondo conversão e práticas religiosas específicas para integrar a organização.
Emulando a “gramática pentecostal”, a facção ostenta símbolos religiosos como a estrela de Davi e exige conversão ao protestantismo, com intolerância às religiões afro-brasileiras. Essa “guerra santa” impacta as comunidades, gerando conflitos e expulsão de minorias religiosas.
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Estrutura e ambições da Tropa de Arão
Liderada por Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Arão, a facção busca expandir seu domínio territorial para áreas estratégicas para o tráfico de drogas. A estrutura da Tropa de Arão é similar a outras facções, com uso da violência, cooptação de membros da comunidade e rebeliões em presídios.
Narcopentecostalismo: fé e crime se misturam
A Tropa de Arão é composta por traficantes que se converteram ao pentecostalismo ou evangélicos que se envolveram com o crime. Eles participam de cultos, pagam dízimo e patrocinam eventos gospel, buscando redenção e benefícios jurídicos.
Influência das religiões no tráfico de drogas
A relação entre religião e crime não é nova, mas a conversão de traficantes ao pentecostalismo é um fenômeno recente, impulsionado pelo crescimento da religião no Brasil. As missões religiosas em presídios facilitam a “conversão”, mas a efetiva mudança de comportamento é rara.
A imposição da fé pela Tropa de Arão gera intolerância religiosa e expulsa minorias das comunidades. Apesar da rejeição da comunidade evangélica ao crime, o narcopentecostalismo pode persistir devido ao fracasso das políticas públicas e à negligência do Poder Público.