Quando a fake news termina em morte: dois casos que chocaram o Brasil e têm muito a nos ensinar
Os perigos das “Fake News”: As mortes de Fabiane Maria de Jesus e Geovane Gregório dos Santos
Este artigo relata sobre dois tristes episódios no Brasil onde as “Fake News” resultaram em linchamentos fatais. Ambos os casos tiveram grande repercussão no país, alertando para a necessidade da conscientização sobre o impacto negativo da disseminação de notícias falsas e boatos.
Fake News, ou notícias falsas, geram muitas consequências negativas em nossa sociedade. Os danos variam desde difamações e prejuízos financeiros até, em casos extremos, a morte de pessoas inocentes, como aconteceu com Fabiane Maria de Jesus e Geovane Gregório dos Santos.
LEIA MAIS:
Polícia prende suspeito de estupro que mandou mensagem para vítima e debochou da Justiça
Suspeito de assassinar e esquartejar jogador de futebol é preso quase dois meses após crime; entenda
A trágica história de Fabiane Maria de Jesus
Fabiane era dona de casa, tinha 36 anos, casada e mãe de duas crianças. Ela foi brutalmente linchada em 2014, em seu próprio bairro, Morrinhos, localizado na periferia de Guarujá, no litoral de São Paulo, por ser confundida com uma suposta sequestradora de crianças. Essa “informação” havia sido disseminada em páginas do Facebook. Contudo, o retrato falado que foi vinculado a Fabiane era de 2012 e se referia a uma mulher acusada de tentar roubar um bebê no Rio de Janeiro.
No fatídico dia 3 de maio, Fabiane saiu de casa para buscar uma Bíblia e ir à casa de uma parente, mas nunca chegou ao seu destino. Depois do linchamento, ela foi encontrada por policiais militares em estado grave e morreu dois dias depois no hospital. Além disso, os cinco homens que participaram do crime foram condenados à pena máxima de 30 anos de reclusão cada e a pagar uma indenização de R$ 550 mil à família da vítima.
Geovane Gregório dos Santos e a fake news que tirou sua vida
Geovane, por sua vez, era um jovem de 29 anos que foi brutalmente assassinado em julho de 2016, em Maceió, Alagoas, acusado injustamente de ter cometido um assalto. Testemunhas relataram que Geovane foi contido por populares após uma suposta tentativa de roubo. Mesmo desacordado, ele foi agredido com socos, chutes, pedradas e até atearam fogo em seu capacete enquanto este estava em sua cabeça.
Um dos acusados do linchamento de Geovane, Hewerton Petrilli dos Santos, foi condenado em 2018 a 10 anos de prisão em regime fechado pelo crime, mas atualmente encontra-se foragido.
Precisamos combater a disseminação das fake news
Estes dois casos, que repercutiram em todo o Brasil e seriam tema do programa “Linha Direta”, evidenciam o perigo das fake news. Faz-se necessário um comprometimento coletivo para combater a disseminação de informações falsas e sempre checar a veracidade das informações antes de compartilhá-las. Nas próximas eleições, nas discussões sobre saúde, economia e tantos outros tópicos importantes, as fake news podem proliferar. Não sejamos seu veículo. Informação é poder, mas desinformação mata.