Polícia Federal faz novas descobertas sobre o Faraó dos Bitcoins

Em mais um capítulo do “Faraó dos Bitcoins”, Glaidson Acácio dos Santos, e seu esquema criminoso, a Polícia Federal informou recentemente que parte dos bilhões obtidos por meio de uma operação de lavagem de dinheiro foi destinada à aquisição de um jatinho de R$ 3,9 milhões. A aeronave bimotor foi comprada no mercado dos Estados Unidos, seguindo o planejamento da organização criminal capitaneada por Santos.

Ricardo Rodrigues Gomes, conhecido como “Piloto”, que já se envolveu em negócios de tráfico de drogas, foi quem intermediou a aquisição da aeronave. Gomes figura no passado de atividades ilegais, por estar associado ao envio de cocaína para os Estados Unidos, em um avião de uma companhia brasileira conhecida, um esquema ligado aos cartéis colombianos, como o de Pablo Escobar.

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Como a aeronave foi adquirida pelo Faraó?

A aeronave, fabricada em 2000 pela Raytheon Aircraft, foi adquirida oficialmente em julho de 2021, por meio de contrato de arrendamento em nome da empresa norte-americana BG&GAS LLC, cujo proprietário é o próprio “Faraó dos Bitcoins”. A aeronave só chegou ao Brasil em novembro do mesmo ano, mas sua chegada aconteceu meses após Glaidson Santos ter sido detido na Operação Kryptos, realizada em agosto pela PF.

Qual a capacidade da aeronave em questão?

Com relação às características do jatinho, ele possui capacidade para transportar até oito passageiros, além dos dois tripulantes. Para a Receita Federal brasileira, foram apresentados documentos que estimavam o valor do avião em mais de R$ 3.9 milhões, no momento da importação.

Quem é Ricardo Rodrigues Gomes, o ‘Piloto’?

Ricardo Gomes, o ‘Piloto’, já atuava no universo ilícito há muitos anos. Foi preso em 2006 em envolvimento com tráfico de drogas utilizando um avião da Varig. No caso, ocorrido em 1989, autoridades norte-americanas encontraram uma tonelada de cocaína no avião da empresa brasileira, em Miami.

A Polícia Federal reporta que Gomes obteve identidade falsa, por meio de documentos emitidos em Minas Gerais, que o possibilitaram sair do país. Em 2021, já em solo americano, ele retomou suas atividades ilegais sob a alcunha de Paulo Gomes Júnior, prestando serviços para Glaidson Santos. O “Piloto” era auxiliado por sua filha, Brynne Gomes, também integrante da BG&GAS LLC.

Como ocorreram as negociações para compra do avião?

A negociação para a compra do avião começou em fevereiro de 2021, quando Santos solicitou a Gomes a busca por uma aeronave de 19 lugares, capaz de voar de São Paulo até a Europa. Gomes atuou como intermediário na negociação com o Bank of American, empresa que era detentora do jatinho, além de testar o bimotor em voos noturnos.

Após a aeronave chegar ao Brasil, houve diversas trocas de propriedade, sendo sua última dona uma empresa norte-americana, ainda de acordo com informações da PF. Gomes ainda teria auxiliado Santos e sua esposa, Mirellis Zerpa, na obtenção de vistos e green cards.

Fonte: O Globo