Por que existe “fetiche” por pessoas que cometeram crimes?
A hibristofilia e a atração por criminosos condenados
O fenômeno da hibristofilia, a atração e o fetiche por criminosos violentos, tem se tornado cada vez mais conhecido graças a casos de pessoas que se casam ou se envolvem com assassinos ou criminosos famosos. Exemplo recente disso é o caso de Alyne Bento, ex-esposa de Daniel Cravinhos, um dos cúmplices de Suzane von Richtofen no assassinato de seus pais.
Mas por que pessoas sentem essa atração por criminosos? É algo socialmente condenável, mas, ainda assim, casos como os de Charles Manson, Ted Bundy e Richard Ramirez mostram que eles são assediados por milhares de mulheres por meio de cartas e e-mails. A psicóloga e professora de psicologia forense Maria de Fátima Franco nos ajuda a entender melhor esse fenômeno.
LEIA MAIS:
Mãe de Madeleine McCann se enfurece após filha Amelie ser entrevistada em vigília
O que leva alguém a sentir atração por um criminoso?
Segundo Maria de Fátima Franco, a atração que algumas pessoas sentem por criminosos é fruto de diversos fatores. Um deles é a identificação com a agressividade e a coragem do criminoso, pois muitas pessoas gostariam de ser mais assertivas e violentas em suas vidas. A projeção dessas características no assassino faz com que sintam admiração e atração por ele.
Outro fator a ser considerado é a fama e a atenção dada pela mídia aos criminosos. Essa exposição traz uma aura de “popstar” para o assassino, tornando o crime algo mais atraente e colocando o criminoso em posição de destaque diante das pessoas que sentem a hibristofilia.
A hibristofilia é um transtorno mental ou apenas um fetiche?
A hibristofilia é considerada uma parafilia, ou seja, um interesse sexual atípico. No entanto, nem toda parafilia é considerada um transtorno mental. Para ser classificada como um transtorno, a parafilia deve causar sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento da pessoa, ou envolver atividades sexuais com crianças, animais ou outras atividades não consensuais.
Portanto, a hibristofilia pode ser apenas um fetiche em alguns casos, mas em outros pode se tornar um problema mais sério, afetando a vida e as decisões da pessoa de forma negativa.
Como lidar com a hibristofilia?
Para pessoas que sofrem de hibristofilia e sentem que essa atração afeta suas vidas de forma prejudicial, é importante buscar ajuda profissional. Terapeutas e psicólogos especializados em sexualidade podem ajudar essas pessoas a entender as razões por trás dessa atração e a desenvolver estratégias para lidar com ela de forma saudável.
Buscar grupos de apoio e informação sobre o assunto também é fundamental, pois pode contribuir para a compreensão de que não se está sozinho nessa luta e pode oferecer suporte necessário para enfrentar esse desafio.
Em suma, a hibristofilia é um fenômeno complexo, que possui diversas explicações e nuances, mas é importante que as pessoas que sofrem com essa atração busquem ajuda e enfrentem o problema de forma consciente e saudável, visando seu próprio bem-estar e o de suas relações afetivas.