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‘Assassinos da Lua das Flores’: os reais assassinatos de uma tribo indígena dos Estados Unidos serão retratados no filme

“Assassinos da Lua das Flores”: O real crime por trás do novo filme de Scorsese

No topo das expectativas do cinema mundial está “Assassinos da Lua das Flores“. Marcada para estrear no dia 19 de outubro, a produção mais recente de Martin Scorsese tem nomes de peso no elenco, como Robert De Niro e Leonardo DiCaprio. Baseado em fatos verídicos, o longa aborda um episódio de violência e racismo na história americana pouco conhecido no Brasil: os assassinatos dos indígenas Osage nos Estados Unidos, no início do século XX.

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As origens humanas e geológicas da riqueza Osage

Established no que hoje se conhece como Oklahoma, a tribo Osage originalmente foi obrigada a migrar diversas vezes devido ao avanço dos europeus na América. Ao se assentarem na região rochosa e pouco fértil de Oklahoma, alcançaram os direitos legais sobre as terras, afastando o interesse de colonizadores. Contudo, na virada para o século XX, esta desinteressante parcela de terra mostrou um potencial surpreendente.

Abençoados com uma série de descobertas de grandes depósitos de petróleo, os Osage tornaram-se, na década de 1920, a mais rica população per capita do planeta. Membros da tribo enviavam os filhos para escolas particulares e ostentavam joias e carros, enquanto um fundo coletivo, oriundo de royalties de petróleo, se acumulava para benefício da comunidade.

“Reino do Terror”: como a riqueza tornou-se um alvo?

Com o acúmulo de capital, a tribo Osage tornou-se alvo de atos de ganância e exploração. Práticas discriminatórias criadas pelo governo, como a lei que obrigava os descendentes mestiços dos Osage a terem um “guardião” para controlar suas fortunas, possibilitaram o desvio de riquezas da tribo. Ainda, assassinatos em série foram responsáveis pelo desmantelamento de muitas famílias Osage.

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Verdades reveladas: o filme que desvenda a investigação tardia dos crimes contra os Osage

Os assassinatos dos indígenas Osage chamou a atenção das autoridades mais tardiamente, apenas em 1925, com a chegada de Tom White à reserva. Agente enviado por J. Edgar Hoover para investigar as mortes, White apontou a William Hale, influente na reserva, como autor dos crimes. O sobrinho de Hale, Ernest Burkhart, casado com Mollie – uma Osage e personagem chave do enredo do filme – também estava envolvido nos crimes.

Após a investigação, Hale e Burkhart foram condenados e passaram anos cumprindo pena na prisão. Mollie, sobrevivente dos terríveis eventos, se divorciou de Burkhart e casou novamente, vindo a falecer em 1937.

O legado da história de Osage: reflexões em tela grande

Ao iluminar a violenta e sombria trama da prosperidade dos Osage, o filme de Scorsese, ‘Assassinos da Lua das Flores’, provoca reflexões sobre o brutal impacto da ganância, racismo e exploração ao longo da história humana. Ainda que quase um século tenha se passado desde o ‘Reino do Terror’, o filme se mantém dolorosamente relevante, retirando o véu de um passado perturbador e destacando as atuais questões de direitos indígenas e justiça social.

‘Assassinos da Lua das Flores’ pode ser apenas mais um filme na vasta filmografia de Scorsese, mas a penetrante verdade contida na história persistirá, ressoando nos espectadores muito após os créditos finais desaparecerem da tela do cinema.

Redação

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