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Glamorização ou homenagem a um serial killer? “A Irresistível Face do Mal” no Paramount+

Ted Bundy, um dos serial killers mais notórios da história americana, foi aos holofotes com o filme “Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile” (“A Irrsistível Face do Mal”), agora disponível no Paramount+. A produção, que estreou na Netflix em 2019, gerou controvérsias por sua abordagem que, para muitos, beira a glamorização do assassino.

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Foto: Divulgação/Arquivo dos Estados da Flórida

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Foco no serial killer, esquecimento das vítimas

Dirigido por Joe Berlinger, o filme se concentra na perspectiva de Bundy, interpretado por Zac Efron. A narrativa acompanha sua trajetória de estudante de direito a serial killer, com foco em seu carisma e manipulação, enquanto as vítimas são relegadas a meras notas de rodapé.

Zac Efron: bonito, mas sem profundidade

A escolha de Zac Efron, conhecido por papéis em filmes adolescentes, também foi alvo de críticas. Sua atuação, considerada superficial por muitos, falha em transmitir a complexa psique de Bundy e em dar voz às vítimas.

“A Irresistível Face do Mal” tinha o potencial de ser um estudo crítico sobre a mente de um serial killer, mas se perde em uma romantização perigosa de Bundy. O filme ignora o sofrimento das vítimas e se torna um mero entretenimento, sem qualquer reflexão social.

Com uma narrativa inconsistente e atuações questionáveis, “A Irresistível Face do Mal” se torna um filme facilmente esquecível. A produção falha em sua missão de homenagear as vítimas e de oferecer uma análise profunda da mente de um dos criminosos mais perturbadores da história.

A exibição do filme no Paramount+ reacende o debate sobre a responsabilidade social na produção de conteúdo sobre serial killers. É importante questionar se a glamorização de seus crimes, em nome do entretenimento, contribui para a perpetuação da violência e para a banalização da dor das vítimas.

Documentários como “Ted Bundy: Conversando com um Serial Killer” e “The Bundy Tapes” oferecem uma abordagem mais crítica e respeitosa ao abordar o tema. Essas produções exploram a história de Bundy sem cair na armadilha da glamorização, dando voz às vítimas e contextualizando os crimes dentro de uma perspectiva social.

A história de Ted Bundy é um capítulo sombrio da história americana. É crucial que as vítimas sejam lembradas e que seus sofrimentos sejam reconhecidos. Filmes como “A Irresistível Face do Mal” devem ser encarados com cautela e criticados por sua irresponsabilidade social. A busca por entretenimento não pode jamais se sobrepor à memória e à justiça.

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