Golpe do namoro virtual atinge inúmeras mulheres no Brasil: por que o crime não para de crescer?
O golpe do namoro virtual, também chamado de romance scammer, tem como vítima preferencial a mulher. Uma pesquisa da organização “Era Golpe, Não Amor” apontou que a cada dez mulheres brasileiras, quatro são afetadas pelo crime. A ação criminosa consiste na aproximação de um grupo de estelionatários do exterior para pedir valores em dinheiro às vítimas.
A advogada criminalista e pesquisadora em gênero pela Universidade Federal do Espírito Santos (UFes) Layla Freitas afirma que não existe uma explicação única para a alta incidência desse crime. “Acredito que existem diversos motivos, mas posso apontar os que considero principais. É uma mudança social e cultural. Assim, para efetivar essa mudança, demora. Uma sociedade mudar, demora. Por outro lado, é sempre importante destacar a importância da cidadania digital. Muitas pessoas desconhecem como utilizar as redes sociais e como se prevenir.”
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Grande parte das vítimas são mulheres brancas entre 40 e 70 anos, casadas ou solteiras, com diploma universitário e de baixa ou alta renda. Layla indica caminhos para se proteger desse tipo de golpe.
“Criar mecanismos de segurança. Por exemplo: pesquisar o nome completo da pessoa no site da Justiça no objetivo de verificar se já responde a processo judicial e qual tipo. Ter cuidados iniciais nas informações pessoais que são repassadas e no compartilhamento de informações.”
Como denunciar o golpe
A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) é o órgão competente para denunciar esse tipo de crime. No entanto, não é necessário sair de casa para realizar uma denúncia formal.
“Podem denunciar na própria rede social. O Instagram, por exemplo, dá a opção de denunciar e bloquear qualquer contato. Além disso, também é importante buscar a delegacia especializada com toda documentação e provas que demonstrem a materialidade e o nexo causal. Assim, por exemplo, printar toda dinâmica, salvar todas as conversas, dentre outros, é fundamental para se verificar endereço eletrônico e identidade de quem estiver por trás deste tipo de crime”, ressaltou Layla.
