Governo decide colocar Forças Armadas em presença permanente em regiões ocupadas pelo garimpo ilegal
Nesta terça-feira, 9 de janeiro, o Governo Federal determinou a presença permanente de agentes das Forças Armadas e da Polícia Federal (PF), na terra indígena Yanonami. A ordem visa combater a ação de garimbo ilegal na região localizada no Estado de Roraima.
A determinação ocorreu após uma reunião entre o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros envolvidos nas ações emergenciais que decorreram ao longo do último ano. A incursão permanente decorre do insucesso das operações ocasionais adotadas no ano passado.

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Governo estabelece transição de modelo emergencial para permanente
Após a reunião, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, concedeu entrevista aos jornalistas presentes no local do encontro. Costa admitiu que o modelo emergencial adotado pela gestão em 2023, com operações ocasionais, permitiu que parte dos invasores voltassem à região. Assim, faz-se necessária a presença permanente das autoridades de segurança.
“Vamos migrar de ações esporádicas para incursões permanentes, reestruturar a atuação das Forças Armadas na região para que consigamos retirar definitivamente invasores que continuam na região. Eventualmente o criminoso volta semanas depois da incursão esporádica, uma busca que parece perseguição de gato e rato”, afirmou o ministro
Rui Costa ainda disse que a expectativa é que os postos de segurança sejam instalados na região em 30 dias.
Além disso, segundo o ministro, o governo irá criar uma “casa de governança”, unidade com representantes locais dos ministérios em Boa Vista, capital do estado, para lidar de perto com a crise humanitária na região que ganhou repercussão internacional em janeiro de 2023. A casa deve ter mediadores, por exemplo, dos ministérios da Justiça, Direitos Humanos e Meio Ambiente.
Também será papel da casa de governança dialogar com o estado e municípios e apresentar alternativas de renda para a população de Roraima, dependência encarada como desafio pelo governo. Toda a operação deve custar R$ 1,2 bilhões ao governo, valor que será extraído de orçamento excepcional.
Presidente também falou sobre ação em Yanonami
Lula afirmou nesta manhã que a crise será tratada “como uma questão de estado”.
“Vamos ter que fazer um esforço maior e utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter, porque não é possível perder uma guerra para o garimpo ilegal”, afirmou o presidente.
O governo anunciou emergência de saúde na terra Yanomami em janeiro de 2023 após constatar desassistência sanitária dos povos que vivem no local e forte presença de garimpo ilegal. O crescimento dos invasores na região passou a avançar desde 2016 e explodiu em 2022, provocando aumento de casos de problemas como malária e desnutrição.
À época, o Ministério da Saúde enviou para o local equipes da Força Nacional do SUS, composta por médicos, enfermeiros e nutricionistas; e as forças de Segurança Pública intensificaram as operações contra o financiamento de garimpo ilegal no território.
Fonte: Leia Isso