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Gravação da reunião de Bolsonaro levanta suspeitas de golpe e coloca equipe ministerial sob investigação da PF

Participantes de reunião gravada por Bolsonaro em julho de 2022 são alvo de investigação pela PF

A Polícia Federal (PF) está investigando uma reunião ministerial organizada pelo presidente Jair Bolsonaro em 5 de julho de 2022, a qual foi gravada a seu pedido, como um possível esforço para perpetuar um golpe de Estado.

Embora a presença na reunião não seja equacionada como um crime por si só, especialistas acreditam que mais ações devem ser tomadas para esclarecer porque os líderes do governo não revelaram o que foi discutido na reunião.

reunião de bolsonaro
Foto: Divulgação

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A reunião ministerial e sua gravação

Um vídeo da reunião foi tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, no dia 9 de fevereiro. As imagens mostram uma mesa com aproximadamente 35 placas identificando os presentes. Segundo informações do Estadão, de todos os 28 participantes identificados, oito são alvos diretos da Operação Tempus Veritatis, que foi lançada pela PF em 8 de fevereiro, e que resultou em 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva.

Analise dos especialistas

O advogado criminalista e professor da Fundação Getulio Vargas, Celso Vilardi, acredita que os participantes podem ser implicados em um caso de prevaricação, que ocorre quando um funcionário público desvia de seus deveres para atender a interesses pessoais. No entanto, ele argumenta que ainda é cedo para afirmar que outros participantes tiveram conhecimento da tentativa de golpe ou deixaram de denunciar o ocorrido, de acordo com suas obrigações oficiais.

Antonio Carlos de Almeida Castro, também advogado criminalista, lembra que é essencial cada participante ser intimado a depor para esclarecer as razões pela qual não denunciou a reunião e as discussões que nela ocorreram.

A reação da equipe ministerial

De acordo com Castro, é presumível que as pessoas presentes na reunião e que permaneceram em silêncio estavam de acordo com o que estava sendo planejado. No entanto, ele ressalta que a subordinação e o medo de ser punido pelo supervisão podem ter sido motivos para o silêncio da equipe ministerial. Na análise do advogado, todos os presentes na reunião devem ser ouvidos e cada caso julgado individualmente para evitar uma implicação geral e indevida.

O assunto tratado na reunião

Na reunião em questão, Bolsonaro incentivou sua equipe a espalhar informações falsas sobre o processo eleitoral. Ele também afirmou que não era necessário que o Ministro da Defesa colocasse tropas nas ruas. Além disso, ele interrompeu uma discussão sobre trabalho potencial que poderia ser realizado pela Agência Brasileira de Inteligência, afirmando que a questão seria discutida em particular.

No total, oito membros da equipe de Bolsonaro que participaram da reunião estão agora sob investigação pelo PF: Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, Mário Fernandes, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

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