Grupo que furtou armas metralhadoras do Exército pediu R$ 180 mil por cada arma
Facção criminosa no Rio de Janeiro pode ter adquirido armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri
Investigações apontam que uma parcela das armas ilicitamente retiradas do Arsenal do Exército em Barueri, localizado na região metropolitana de São Paulo, pode ter sido direcionada ao Comando Vermelho, a facção criminosa mais expressiva do Rio de Janeiro. As informações advêm do portal g1.
A Polícia Civil do Rio disponibilizou um vídeo ao Exército que contém imagens de quatro metralhadoras, imagens essas incorporadas ao Inquérito Policial Militar que instaura o desvio do armamento.
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Quem está por trás dessas negociações ilegais?
As propostas de venda dessas armas, conforme as investigações, foram endereçadas a William de Souza Guedes, mais conhecido como Corolla, um criminoso que atualmente é o líder do Complexo de Manguinhos, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro e é uma peça-chave nos planos dos líderes da facção Comando Vermelho.
Assim que foi informado sobre a oferta, Corolla entrou em contato com Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, vulgo Abelha, identificado pela polícia como o maior chefe do Comando Vermelho que se encontra em liberdade. Ainda está sob investigação se o negócio foi concluído ou se se tratou apenas de uma proposta.
Quando houve a oferta das armas?
O fato ocorreu há aproximadamente um mês após o feriado de 7 de setembro, conforme a investigação. O grupo que subtraiu as metralhadoras estabeleceu o preço de R$ 180 mil por cada metralhadora calibre .50.
Esse tipo de armas, com peso médio de 4,5 quilos, é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem proteção blindada e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros, de acordo com as palavras do especialista em segurança pública Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz.
E a repercussão em Barueri?
Após o desvio, cerca de 480 militares foram mantidos no quartel para averiguação do caso por uma semana. Depois deste prazo, com os avanços da investigação interna, mais da metade dos militares foram liberados.
Em nota oficial, o Comando Militar do Sudeste esclareceu que a situação passou de “estado de prontidão” para “sobreaviso”, o que indica uma redução do efetivo da tropa aquartelada.
Responsabilidades e consequências
As metralhadoras furtadas eram consideradas “inservíveis” e se encontravam no Arsenal, uma unidade técnica de manutenção, sendo assim, armas que têm sua reparação impossibilitada são destinadas à destruição.
Este caso de furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército é considerado o maior desvio de armas pelas Forças Armadas desde o ano de 2009, segundo levantamento do Instituto Sou da Paz. O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que as polícias de São Paulo estão voltadas a evitar “consequências catastróficas” por conta deste furto de 13 armas antiaéreas.
Fonte: Metrópoles