Hezbollah: em depoimento prestado à PF, famoso músico admitiu ter sido sondado para realizar um atentado no Brasil
O músico carioca Michael Messias, de 43 anos, admitiu ter sido sondado para realizar um atentado no Brasil. A declaração foi dada durante um depoimento prestado à Polícia Federal (PF). A proposta teria sido feita por Mohamad Khir Abdulmajid, principal suspeito de um inquérito que apura a atuação do grupo terrorista do Hezbollah no Brasil.
Aos investigadores, o pagodeiro contou que, em viagem ao Líbano, chegou a a receber uma oferta de mais de US$ 100 mil dólares para matar pessoas. Antes, ele havia dado outra versão dos fatos. Disse que foi a Beirute, capital libanesa, fazer shows de pagode.
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O cantor disse à PF que, ao ser preso, ficou “muito assustado e surpreso” e, em função disso, evitou contar tudo o que sabia.
Músico se encontrou com líder terrorista no Líbano
Em um novo depoimento, prestado no dia 22 de novembro, ele admitiu ter se encontrado com Abdulmajid ao chegar a Beirute, capital do Líbano, e ficar hospedado em hotel de luxo em frente ao mar, com todas as despesas pagas em cartão de crédito pelo suposto recrutador.
Messias ainda relatou que Abdulmajid perguntou diversas vezes se o músico fazia parte de alguma facção criminosa no Brasil e se já havia matado alguma pessoa ou seria capaz de fazê-lo “por muito dinheiro”. Ao negar, ele teria pedido indicações de membros de alguma facção, fosse procurado pela polícia ou ex-policial que aceitasse “matar por dinheiro”.
Aos policiais, o músico contou que, após relatar as dificuldades financeiras de sua família, o líder terrorista depositou R$ 500 na conta de sua mulher e lhe entregou um “bolo de dinheiro” para os passeios no Líbano.
Após três dias, um homem que o músico não soube identificar, acompanhado de um segurança com arma longa, esteve no hotel e novamente o entregou mais um “bolo de dinheiro”. Essa pessoa, segundo Messias, teria insistido sobre a possibilidade de matar alguém no Brasil.
Durante prisão, cantor disse desconhecer grupo e nunca ter recebido proposta
Ainda no depoimento, Messias disse que sequer sabia o que era Hezbollah e negou que Abdulmajid tenha mencionado especificamente o nome do grupo criminoso. Ao ser preso, no início do mês, o músico havia alegado nunca recebido qualquer tipo de proposta para colaborar com o terrorismo e afirmou ter sido convidado para viagem para realizar shows de pagode no Líbano.
O músico foi alvo de uma investigação da PF que apura suspeita de aliciamento de brasileiros para a prática de atos extremistas contra alvos específicos em sinagogas e centros judaicos no país. Ao todo, em novembro, foram 12 mandados de busca e apreensão e três de prisão em Minas Gerais, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, além do Rio.
De acordo com a PF, os supostos recrutadores são investigados pela prática dos crimes de constituir ou integrar organização terrorista e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.
Fonte: Folha de Pernambuco