Conheça a história real que inspirou “Dahmer: Um Canibal Americano”
Na última quarta-feira, 21 de setembro, a Netflix lançou a minissérie “Dahmer: Um Canibal Americano”, inspirado nos crimes de Jeffrey Dahmer.
Jeffrey Dahmer ficou conhecido por ter sido responsável por 17 assassinatos entre 1978 e 1991.
A minissérie foi dividida em dez episódios e a produção explora a maneira como o personagem conseguiu escapar das sentenças de prisão da época, as mortes que ele cometia e a atuação falha da polícia de Wisconsin, nos Estados Unidos.
Sinopse oficial da minissérie “Dahmer: Um Canibal Americano”
“entre 1978 e 1991, Jeffrey Dahmer tirou a vida de dezessete vítimas inocentes de forma brutal. “Dahmer: Um Canibal Americano” é uma série que expõe esses crimes inescrupulosos e como o desprezo por grupos minoritários, o racismo estrutural e as falhas institucionais permitiram que um dos mais infames assassinos em série da história dos Estados Unidos continuasse agindo às claras por mais de uma década”.
A série foi desenvolvida pelo premiado diretor Ryan Murphy, conhecido por produções como “Glee” (2009) e “American Horror Story” (2011) e protagonizada pelo ator Evan Peters.
A produção possui classificação indicativa para maiores de 18 anos, e conta a história dos crimes de Dahmer através da perspectiva das vítimas do assassino.
Infância, juventude e primeira vítima de Jeffrey
Jeffrey Dahmer nasceu em Milwaukee, Wisconsin, no dia 21 de maio de 1960, filho de Lionel e Joyce Dahmer. Dahmer foi inicialmente descrito como uma criança “enérgica e feliz” mas seu temperamento mudou quando passou por uma cirurgia de hérnia inguinal, pouco antes do seu aniversário de quatro anos. Paralelo a isso, o casamento dos seus pais se deteriorou, com as brigas e gritarias se tornando frequentes ao longo dos anos.
Assim, conforme foi crescendo, passou a se tornar um solitário e sem receber muito afeto em casa, com seu pai ocupado com suas conquistas acadêmicas e sua mãe sofrendo com várias doenças que a tornaram viciada em remédios.
Em 1970, aos 10 anos, Dahmer perguntou ao seu pai Lionel o que aconteceria se os ossos de galinha, que eles estavam comendo no jantar, fossem banhados em alvejante. Lionel, acreditando que isso era apenas uma curiosidade normal de criança, demonstrou como usar alvejante e outros produtos químicos e preservar com segurança os ossos de animais.
Os colegas de escola perceberam que ele era alcoólatra aos 15 anos, e posteriormente Dahmer afirmou que bebia para lidar com os próprios pensamentos perturbadores.
Ainda na sua adolescência, dissecava animais mortos que encontrava na estrada e tinha até um cemitério particular nos fundos de sua casa.
Quando chegou a puberdade, Dahmer se descobriu homossexual, algo que não contou aos pais. Neste momento, ele confessou que começou a fantasiar sobre dominação e de exercer completo controle sobre um parceiro submisso. Essas fantasias gradualmente se entrelaçaram com seus hábitos de dissecação.
Dahmer cometeu seu primeiro assassinato em 1978, três semanas após sua formatura do colegial. Naquele momento ele já estava morando sozinho. No dia 18 de junho, enquanto dirigia seu carro, ele viu, no canto da estrada, o jovem Steven Hicks (de quase 19 anos), pedindo carona. Dahmer convidou o garoto até sua casa para beber e se distrair um pouco. Hicks, que estava a caminho de um show de música em Lockwood Corners, concordou e os dois ficaram bebendo e ouvindo música por algumas horas. Então Steven Hicks se levantou e disse que estava indo embora, mas Dahmer não queria que ele partisse.
Quando Hicks deu as costas para ele, Dahmer o acertou duas vezes com um haltere de 5 kg. Quando o garoto caiu inconsciente, ele o estrangulou até a morte com a barra do haltere. Dahmer então retirou as roupas de Hicks e se masturbou em cima do corpo del, e no dia seguinte, levou o seu corpo até o porão e o dissecou, enterrando o seus restos no quintal de trás. Semanas mais tarde, ele exumou o corpo e retirou a carne dos ossos com uma faca. Dahmer depois dissolveu a carne em ácido e se livrou de tudo pela privada. Ele então pegou uma marreta e destruiu os ossos de Hicks.
Dahmer chegou a se matricular na faculdade, mas largou o curso após três meses devido aos seus problemas com o alcoolismo. Seu pai o obrigou a se alistar no exército, mas o álcool também atrapalhou seu desempenho e recebeu uma dispensa honrosa em 1981, quando estava na Alemanha. Mais tarde, dois militares afirmaram terem sido estuprados por ele. Dahmer cometeu diversos crimes na sequência.
1978 até 1991 – assassinatos em série
Após isso, ele não voltou para a casa do pai e foi morar com a avó em West Allis, e foi quando ele começou a cometer os diversos homicídios.
Nesta época, Jeffrey atraia rapazes, os estuprava, matava, desmembrava, retirava a carne dos ossos e depois utilizava produtos para tentar conservar a cabeça e outras partes do corpo, utilizando-as para satisfazer suas necessidades sexuais.
Prisão de Dahmer e julgamento pelos crimes
Jeffrey Dahmer foi preso quando uma de suas vítimas conseguiu escapar e chamar a polícia. Foram encontradas fotos polaroids de membros das vítimas, quatro cabeças decepadas na cozinha e sete crânios, alguns pintados e outros branqueados. Além disso, os investigadores descobriram pingos de sangue gotejando em cima de um tabuleiro na parte inferior do refrigerador de Dahmer, além de dois corações humanos e uma porção de um músculo de braço, tudo dentro de sacos plásticos em cima de gaveta de seu armário.
O julgamento de Dahmer durou duas semanas e embora tenha sido diagnosticado como portador de transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade esquizotípica e psicótico, Dahmer foi considerado legalmente são em seu julgamento e confessou os crimes.
Em 28 de novembro de 1994, Dahmer foi espancado até a morte por Christopher Scarver, outro detento, enquanto cumpria pena na Columbia Correctional Institution, uma prisão de segurança máxima no estado de Wisconsin.