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Homem acusado de jogar ácido em cão de rua tem prisão mantida

O Juiz da Vara Única de Itá/SC, Rodrigo Clímaco José, determinou a prisão preventiva de um homem local, suspeito de jogar ácido em um cachorro que dormia junto à porta do prédio onde ele reside. O magistrado entendeu que a fúria do acusado é um risco à segurança e integridade dos demais animais sem lar da cidade. 

O crime ocorreu no início de setembro e vídeos registrados por câmeras de segurança do imóvel vizinho, mostram que uma pessoa de casaco preto e calça jeans jogou a substância no animal. Em seguida, as imagens mostram o cachorro correr desesperado em sofrimento. Assim, a princípio não haveria dúvidas quanto à autoria do crime.

As imagens também mostram a identificação da placa da moto utilizada pelo suspeito, de  propriedade da cunhada do acusado e testemunhas afirmam ter visto o homem na frente do prédio poucos minutos antes do ocorrido.

O cachorro segue internado após ser queimado com ácido

O animalzinho vitimizado sofreu queimaduras de terceiro grau com o ácido, principalmente na pata esquerda traseira. De acordo com o magistrado em sua decisão:

E para se ter uma noção do poder corrosivo utilizado na empreitada criminosa, o proprietário [nome da loja] registrou boletim de ocorrência de dano por ter a porta da loja danificada, assim como o cadeado, ‘sendo que ambos apresentavam sinais de corrosão por alguma substância usada no dia do ocorrido e que teria sido jogada no animal que descansava perto da loja.

Segundo informações de testemunhas, os moradores da região central disponibilizam cobertor e potes com comida e água para animais de rua, como é o caso do cão vitimado  apelidado de “Pastel”. 

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De acordo com os autos, o acusado e a esposa – responsável pela limpeza da área comum do prédio – reclamavam com frequência da presença do cão no hall de entrada.

O Juiz também apontou a intencionalidade do ato:

Para que a pessoa tenha jogado uma substância corrosiva como essa, certamente premeditou o crime – afinal, ninguém tem fácil acesso a algo como isso. Portanto, estamos falando de alguém que realmente gostaria de lesionar o cachorro e se preparou para isso. Ou seja, tem-se premeditação, motivo fútil – afinal, supostamente jogou a substância porque o animal dormia no seu prédio -, crueldade – Pastel sofreu muito com o crime – e graves consequências.

O animal ainda está internado em uma clínica veterinária do Município de Seara/SC, vizinho da cidade onde o crime ocorreu.

Fonte: Migalhas

Priscila Gonzalez Cuozzo

Priscila Gonzalez Cuozzo é graduada em Direito pela PUC-Rio, especialista em Direito Penal e Criminologia pelo ICPC e em Psicologia pela Yadaim. Advogada e Consultora Jurídica atuante nas áreas de Direito Administrativo, Tributário e Cível Estratégico em âmbito nacional. Autora de artigo sobre Visual Law em obra coletiva publicada pela editora Revista dos Tribunais, é também membro do capítulo brasiliense do Legal Hackers, comunidade de inovação jurídica.

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