Homem que admitiu plano de atentado a bomba em Brasília depõe hoje (31/08) na CPI do 8 de janeiro
Valentin Settin Lopes de Andrade foi detido em flagrante no dia 8 de Janeiro
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Distrito Federal está marcada para interrogar nesta quinta-feira (31/8) o homem que admitiu plano de atentado a bomba em Brasília. O autônomo Armando Valentin Settin Lopes de Andrade, foi detido em flagrante no dia 8 de Janeiro após sua participação na invasão das sedes dos Três Poderes. Os deputados da Assembleia Legislativa local também têm a intenção de obter depoimentos do indígena José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Tserere. A sessão está programada para iniciar às 9h, com o indígena fornecendo seu depoimento inicialmente.
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Atualmente sob custódia, Tserere é um pastor autointitulado que ganhou visibilidade entre grupos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro desde o início das manifestações em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e liderou diversos protestos em espaços públicos, contestando o resultado das eleições. Reconhecido por sempre aparecer sem camisa e com o corpo pintado, Tserere organizou essas manifestações para criticar o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e alegou, sem evidências, que o pleito que concedeu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de alguma forma de fraude.
Recentemente, em 28/8, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou o pedido de habeas corpus apresentado pelo indígena. Por determinação de Moraes, o líder indígena foi detido em 12 de dezembro de 2022, sob acusações de ameaça, perseguição e subversão violenta do Estado Democrático de Direito. A prisão provocou indignação entre os seguidores de Bolsonaro, resultando em uma tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, confrontos com as forças de segurança, danos a edifícios no centro de Brasília, incêndio de veículos e transformação da região em um cenário de conflito.
Valentim relatou ter estabelecido uma relação de confiança com os líderes do acampamento pró-Bolsonaro, no Quartel-General do Exército, em Brasília
Em relação a Armando Valentin, ele confessou à Polícia Civil do Distrito Federal ter conhecimento de planos para atentados com bombas na capital, originados de líderes do acampamento pró-Bolsonaro no Quartel-General do Exército. Valentim, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relatou ter frequentado o local de forma assídua por mais de 40 dias, estabelecendo uma relação de confiança com os líderes presentes. Essa estreita relação teria fornecido acesso a três reuniões restritas com essas lideranças, nas quais o homem teria tomado conhecimento dos planos para os ataques.
“(…) No acampamento, vários organizadores sugeriam colocar bombas para derrubar a ponte da rodoviária de Brasília e que também sugeriam incendiar veículos em estação de energia de Brasília”, contou Andrade.
Fonte: Metrópoles