Após 32 anos, homem injustamente preso e torturado recebe indenização
Depois de mais de 30 anos, Albino de Souza, homem preso injustamente em 1991, acusado por um crime que não cometeu, recebeu uma indenização devido ao erro que quase custou sua vida. Na época, durante a prisão que durou quatro dias, ele revelou que foi torturado com chutes, socos, tapas, choque elétrico e foi colocado em um “pau de arara”.
No dia 18 de março de 1991, Albino foi preso sob a acusação de ter estuprado e matado uma mulher, no município de Anápolis, localizado no interior do Estado de Goiás. Após ser liberado da prisão, quando o verdadeiro assassino foi detido, o homem ajuizou uma ação na Justiça estatal, com o intuito de reparar o dano sofrido.
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No dia 21 de março de 1991, quatro dias após Albino ter sido preso, o verdadeiro assassino foi detido e ele foi liberado.
Somente no ano de 1995, o homem decidiu ingressar na Justiça com um pedido de indenização. Desde então, Albino enfrentou uma cruzada homérica: foram 18 anos no Judiciário esperando uma decisão que reconhecesse o erro estatal.
Em 2013, passados 18 anos da ação apresentada por Albino, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) finalmente decidiu a seu favor. Entretanto, os advogados responsáveis pelo caso perderam o contato com o cliente, que foi encontrado apenas em 2023.
Policiais que prenderam Albino não serão julgados
A Secretaria de Segurança Pública disse à TV Anhanguera que a conduta dos policiais envolvidos na prisão de Albino foram apuradas e encaminhadas ao Judiciário, mas o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ/GO) informou que o caso prescreveu em 1997 e eles não chegaram a ser julgados.
Como está Albino hoje em dia?
Albino tinha 29 anos quando foi preso injustamente. No ano do ocorrido, ele na era trabalhador braçal e, depois da prisão, trabalhou como catador de lixo para sobreviver.
Recentemente, quando encontrado pelos advogados, o homem estava sem documentos, não tinha endereço fixo e vivia na rua. Agora, Albino pôde tirar novas vias de documentação e abrir uma conta no banco para receber a indenização esperada há 32 anos.
Fonte: Migalhas