Homem retorna à sociedade após ter passado 44 anos na prisão. Veja a reação


Por Redação


Caminhando pelas ruas de Nova York, Otis Johnson se impressiona com o número assustador de pessoas. Todos parecem estar andando rapidamente com rostos inexpressivos e fios em seus ouvidos. Johnson está confuso. Acredita ter entrado num novo mundo em que todos são agentes secretos com telefones conectados. A era da Internet passou completamente por ele.

Completamente removido da sociedade desde a década de 70, Johnson foi libertado da prisão em agosto de 2014, após cumprir uma pena de 44 anos por tentativa de homicídio de um policial. Preso com apenas 25 anos de idade, Johnson está agora com 70 anos, imerso num universo que não mais conhece.

Depois de ter perdido todas as conexões da família enquanto cumpria sua pena, Otis Johnson depende atualmente da Fortune Society, uma organização sem fins lucrativos que fornece serviços de habitação e egressos do sistema prisional.

Como se sentir um membro da sociedade quando se esteve preso, com os dias programados, a maior parte de sua vida? Como fazer um plano para seguir com a vida? Pensamentos como estes são atualmente uma realidade para Johnson.

Após décadas de completo isolamento, Johnson se depara agora com diversos obstáculos. Há uma enorme ausência de recursos para pessoas que saem da prisão após cumprir longas sentenças. Além da estigmatização e a falta de oportunidades de emprego, enfrenta problemas de saúde mental. O que lhe resta é viver um dia de cada vez.

A cada dia busca navegar o mundo da melhor forma que consegue. Envolve-se com uma mesquista local. Pratica meditação. Seu maior sonho é construir um abrigo para mulheres, mas o projeto se provou impossível porque nenhuma instituição financeira lhe concede crédito.

Johnson anda pelas ruas de Nova York, observando as pessoas ao seu redor. Retorna à Fortune Society por volta das nove horas toda a noite, atendendo seu toque de recolher. Johnson aguarda a tão sonhada reforma prisional, para que melhores dias possa desfrutar.

Confira o depoimento de Johnson:

Fonte: Al Jazeera