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Homicídio: defesa de gamer contesta laudo de inexistência doença mental

Um estudante conhecido como Flash Asmodeus no meio dos games, de 18 anos, é suspeito de matar, usando uma faca e uma espada, outra gamer, de 19 anos, conhecida como Sol. Os dois se conheceram a cerca de um mês antes do crime, em partidas do game Call of Duty: Mobile. O crime teria ocorrido em 22 de fevereiro deste ano, na casa de Guilherme, em Pirituba, na Zona Norte da capital paulista.

Logo após matar a gamer, Guilherme (nome verdadeiro do suspeito) gravou um vídeo e compartilhou a imagem nas redes sociais admitindo o assassinato, entregando-se em uma delegacia em seguida, onde foi preso e continua detido.

Em uma filmagem feita por policiais o estudante afirma “eu quis fazer isso”.

De acordo com a investigação, a vítima foi encontrada morta a facadas depois de ter ido à casa de Guilherme. Segundo relatos de um familiar, o estudante teria lhe dito que a garota “teria atravessado seu caminho”, razão pela qual a matou.

Após ser preso, Guilherme afirmou aos policiais que escreveu um livro de 52 páginas nas quais explicaria as razões do crime. Uma cópia do tal “livro” foi anexada ao inquérito e nele o suspeito afirmaria que “planejava um ataque contra o cristianismo e que seria um soldado de um exército, tendo ainda asseverado que a vítima teria atrapalhado seu caminho, o que, em tese, acena para a possibilidade de envolver um plano para atingir outras pessoas”.

A defesa de Guilherme alega que ele teve um “surto psicótico”, mas um exame realizado descartou a existência de perturbação mental. Um laudo realizado por peritos médicos indicados pela Justiça de São Paulo concluiu que o estudante não possuía nenhuma doença ou perturbação mental quando cometeu o crime em fevereiro.

Diante da imputabilidade do suspeito, ele deverá ser levado a júri popular. Todavia, até o momento, a juíza da 5ª Vara do Júri não havia decidido, se ele será submetido a julgamento popular. Segundo o promotor de justiça Fernando Cesar Bolque:

Já houve audiência [de instrução], já pedi a pronúncia para ser levado a júri. Estou aguardando a sentença [de pronúncia].

Segundo seus advogados, Guilherme possui “esquizofrenia e distúrbios de psicopatia”. A defesa pretende contratar um perito particular para emitir um laudo que corrobore com essa tese.

Sobre os motivos que levaram o jovem a cometer o crime, a defesa afirmou:

Não sabemos informar o real motivo, pois nem ele mesmo sabe o explicar. Nossa opinião é que ele teve algum ataque ou surto psicótico. Ele não sabe nos informar, porque nos disse que não lembra de mais nada do que houve naquele quarto.

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Priscila Gonzalez Cuozzo

Priscila Gonzalez Cuozzo é graduada em Direito pela PUC-Rio, especialista em Direito Penal e Criminologia pelo ICPC e em Psicologia pela Yadaim. Advogada e Consultora Jurídica atuante nas áreas de Direito Administrativo, Tributário e Cível Estratégico em âmbito nacional. Autora de artigo sobre Visual Law em obra coletiva publicada pela editora Revista dos Tribunais, é também membro do capítulo brasiliense do Legal Hackers, comunidade de inovação jurídica.

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