Injustiça: pedreiro é preso 20 anos depois por crime em estado onde nunca esteve

Pedreiro é preso injustamente por tráfico no Espírito Santo

Carlos Roberto Medeiros Teixeira, pedreiro de 53 anos, foi preso injustamente, acusado de tráfico de drogas no Espírito Santo. O trabalhador da construção civil garante que nunca saiu do estado do Rio de Janeiro e sua família afirma que ele estava muito longe da cena do crime no momento em que ele, supostamente, ocorreu, há 20 anos.

A prisão ocorreu no dia 29 de maio deste ano, quando Carlos Roberto estava encerrando o expediente no bairro Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Parece um erro judicial e um processo cheio de brechas e inconsistências, uma vez que a idade informada no caso não coincidia com a idade de Carlos e ele estava devidamente registrado como empregado no Rio de Janeiro no momento do suposto crime.

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Detalhes do caso que envolve o pedreiro Carlos Roberto

O crime em questão ocorreu em 29 de agosto de 2002, quando policiais civis receberam uma denúncia anônima de que um homem com o mesmo nome de Carlos, estaria realizando tráfico de drogas em sua residência em Vila Velha, no Espírito Santo. Na época, Carlos já estava casado, com uma filha de nove meses e trabalhando como servente no Rio de Janeiro para a construtora Andrade Gutierrez.

Os policiais, na ocasião, não encontraram o acusado na residência, mas prenderam em flagrante Margareth Bueque Marques Ferreira, que alegou ser companheira de um Carlos havia aproximadamente um ano e foi liberada depois por ser usuária de drogas. A prisão preventiva de Carlos foi pedida pelo promotor Gilberto Morelli Lima, baseada no artigo 312 do Código de Processo Penal.

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Imagem: apublica.org

Como a prisão de Carlos Roberto afeta sua família?

Desde a prisão injusta, a família de Carlos sofre com a situação. “Nós somos em cinco. Ele é o único que está trabalhando, era a coluna da casa. A gente está triste, toda hora tem um chorando. A gente não pode visitar ele”, lamenta Gisleide Carvalho, esposa de Carlos.

A defesa de Carlos, liderada pela advogada Viviane de Souza Alonso, já reuniu provas e entrou com pedido de liberdade provisória, mas segue aguardando a decisão da justiça. “Estamos confiantes na libertação dele”, afirmou Gisele Teixeira, filha do pedreiro. A família também buscará uma reparação pelos danos e constrangimentos sofridos durante todo o processo.

Quais as próximas etapas do caso?

Enquanto a defesa de Carlos aguarda a decisão da justiça, as autoridades envolvidas no caso têm se manifestado pouco. A Polícia Federal, que efetuou a prisão do pedreiro, alega ter cumprido o mandado de prisão pendente no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Já os tribunais de justiça do Rio de Janeiro e do Espírito Santo ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

Diante da sensação de injustiça vivida pela família e das situações que a tornaram evidente, espera-se que a justiça possa revisar o caso e, se confirmadas as incoerências, libertar Carlos Roberto e reparar os danos causados a ele e sua família.