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Jornalista é presa após insultar presidente na Turquia

A jornalista turca Sedef Kabas foi presa no último sábado (22), em Istambul, por “insultar” o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. Ela teria se utilizado de manobras linguísticas para falar sobre o presidente em um programa de televisão.

Kabas participou de uma entrevista ao vivo no canal de TV Tele1, que faz oposição ao governo do país e se utilizou de provérbios turcos para se referir ao presidente sem falar no nome dele de fato. Em uma de suas referências, a jornalista criticou o fato de Erdogan estar no poder há 20 anos e disse:

uma cabeça coroada fica mais sábia, mas vemos que não é verdade.

Já em outro momento afirmou:

quando um gado entra em um palácio, ele não será um rei, mas aquele palácio se torna um celeiro.

A jornalista foi levada na manhã de sábado para a delegacia e em seguida para o gabinete da promotoria, onde foi levada para um juiz e imediatamente presa. Segundo o gabinete do procurador-geral de Istambul, a decisão foi tomada após uma investigação, em decorrência dos seus comentários.

O diretor de comunicação presidencial da Turquia declarou por meio de sua conta no Twitter que:

uma suposta jornalista está insultando descaradamente nosso presidente em um canal de televisão que não tem outro objetivo além de espalhar o ódio!.

Já a defesa de Kabas afirmou que irá lutar até o fim contra essa ilegalidade. O ministro da Justiça, Abdulhamit Gul, então reagiu dizendo:

Amaldiçoo as palavras feias que visam nosso presidente, que foi eleito pelos votos de nossa nação. Essas expressões intermináveis ​​e ilegais decorrentes de inveja e ódio encontrarão a resposta que merecem na consciência da nação e perante a justiça.

O Repórter Sem Fronteiras, órgão de vigilância da mídia sem fins lucrativos, defendeu a jornalista dizendo que desde que o presidente tinha sido eleito 200 jornalistas tinham sido processas e 70 foram condenados por casos muito semelhantes ao de Sedef Kabas.

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