Mãe de vítima ganha voz de prisão após desabafo durante sessão no Tribunal de Justiça de Mato Grosso
Os corredores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso foram palco de um episódio que vem ganhando repercussão esta semana. Uma mãe, cujo filho foi assassinado, foi presa em plena sala de audiências após fazer um desabafo direcionado ao réu do processo.
O incidente ocorreu durante uma audiência de instrução sob o comando do juiz de Direito Wladimir Perri, da 12ª vara Criminal de Cuiabá/MT. A infelicidade desta mulher é consequência do trágico 10 de setembro de 2016, quando seu filho foi brutalmente assassinado com arma de fogo.

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O que levou à detenção da mãe da vítima?
O interpretado como desrespeito à corte surgiu quando a mãe foi questionada se estava constrangida em prestar depoimentos diante do acusado e respondeu que não, pois para ela, o acusado “não era ninguém”. Ao perceber o tom da resposta, o Juiz Wladimir Perri prontamente interveio, pedindo que a mãe mantivesse a calma. No entanto, a orientação do magistrado levou a mulher a negar-se a prosseguir seu testemunho.
Qual foi a reação da promotoria e do juiz?
Após a negativa da mãe em continuar depoendo, a promotora do caso tentou argumentar com o juiz, porém, sem sucesso. Com a intensificação dos ânimos e o encerramento da sessão, a mãe se enfureceu – bateu na mesa, virou-se para o réu e disse que ele “havia escapado da Justiça dos homens, mas não escaparia da Justiça de Deus”. Tal declaração foi o que culminou na voz de prisão dada pelo Juiz.
Qual foi o desdobramento desse episódio?
Segundo relatos do portal de notícias G1, posterior ao encerramento da sessão, a mãe permaneceu retida no fórum por mais quatro horas e foi interrogada na delegacia local. Enquanto isso, o acusado pelo homicídio de seu filho continua respondendo ao processo em liberdade.
Esse caso reaviva o debate sobre a efetividade do sistema judiciário brasileiro e o tratamento dado às vítimas e seus familiares, sobretudo nos casos de homicídio. Resta no ar a questão: é a justiça realmente imparcial e justa para todos?
Fonte: Migalhas