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Julgamentos do ‘Tribunal de Nuremberg’: o que exames psicológicos revelaram sobre nazistas?

Os julgamentos de Nuremberg: Uma análise psiquiátrica dos líderes nazistas

Os julgamentos de Nuremberg, realizados após a 2ª Guerra Mundial, marcaram um grande marco histórico, onde líderes nazistas capturados foram julgados por um Tribunal Militar Internacional por seus crimes de guerra. No entanto, existe uma faceta menos conhecida desses julgamentos – um surpreendente processo de avaliação psicológica e psiquiátrica dos réus feito para compreender as origens do mal que os motivou.

Sob as diretrizes de dois analistas – Douglas Kelley, psiquiatra militar, e Gustave Douglas, psicólogo militar – foram realizadas extensas entrevistas, exames e observações gerando inúmeros documentos. Este material, amplamente esquecido pelo tempo, foi o ponto de partida do livro “Anatomia do mal: O Enigma dos Criminosos de Guerra Nazistas”, de Joel Dimsdale, professor emérito de Psiquiatria da Universidade da Califórnia, em San Diego.

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Por que Nuremberg foi escolhida para os julgamentos?

Nuremberg foi escolhida como sede dos julgamentos por dois motivos: seu valor simbólico, dada a frequente utilização da cidade pela máquina de propaganda nazista, e um motivo pragmático, a sobrevivência do Palácio da Justiça, que alojaria o Tribunal Militar Internacional, ao bombardeio aliado – com uma prisão anexa para acomodar os acusados.

Quem eram esses líderes nazistas?

Entre os líderes nazistas julgados em Nuremberg, encontravam-se figuras como: Robert Ley, líder da Frente Trabalhista Alemã; Julius Streicher, fundador do jorna antissemita Der Stürmer; Rudolf Hess, substituto de Hitler; e Hermann Göring, Chanceler da Alemanha após a morte de Hitler. Esses homens, apesar dos crimes cometidos, apresentavam personalidades e origens incrivelmente distintas.

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Quais foram os resultados dessas análises?

As análises psiquiátricas dos réus geraram resultados surpreendentemente diversos, desafiando a ideia pré-concebida de que esses homens eram monstros homogêneos. Alguns eram charmosos, outros desagradáveis e repugnantes aos olhos de seus próprios colegas. No entanto, todos compartilhavam a responsabilidade pelos horríveis crimes de guerra cometidos durante o regime nazista.

Infelizmente, essas análises detalhadas não puderam fornecer uma “marca de Caim” definitiva, uma evidência clara e única nos criminosos de guerra. De acordo com Joel Dimsdale, “acho que eles ficaram surpresos por não estarem sentados ao lado de monstros”.

Redação

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