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Com previsão para durar cinco dias, júri popular de grupo acusado de chacina contra família boliviana na fronteira é remarcado para agosto

Na ocasião, uma mulher boliviana e seus dois filhos foram mortos a tiros

Seis brasileiros que estão envolvidos no crime brutal contra uma família boliviana na fronteira do Acre terão o julgamento realizado pelo júri popular, adiado para o dia 7 de agosto. O crime ocorreu em 13 de setembro de 2020, próximo às cidades de Acrelândia e Plácido de Castro, na região de fronteira com a Bolívia. Na ocasião, uma mulher boliviana e seus dois filhos foram mortos a tiros após uma filha de 14 anos ter sido estuprada por um indivíduo do Acre.

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O julgamento vai ocorrer na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco, onde os acusados ​​serão julgados quanto à prática de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Vale ressaltar que o crime de violação de vulnerável não será objeto de análise, pois o responsável por tal ato, que foi o pivô da tragédia, já faleceu em abril do ano passado. Ao todo, 21 pessoas serão ouvidas durante o julgamento, incluindo seis testemunhas convocadas pelo Ministério Público, nove defensores e os seis acusados. O tribunal estima que o processo se estenda por quatro dias.

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Fonte: UOL Notícias

Os acusados, todos membros da mesma família, são identificados como Gean Carlos Alves da Silva, José Francisco Mendes de Sousa, Geane Nascimento da Silva, Gean Carlos Nascimento da Silva, Gilvan Nascimento da Silva e Luciano Silva de Oliveira. No dia 6 de abril, em Rio Branco, foi relatado que Gilvani Nascimento da Silva, de 19 anos, o sétimo acusado e suposto pivô da chacina contra a família boliviana, foi morto a tiros. O juiz Alesson Braz decidiu manter a prisão dos outros seis membros do grupo, porém declarou que a punibilidade de Silva estava extinta.

O caso aconteceu em Acrelândia, no interior do estado, onde o grupo foi denunciado pela promotoria em novembro de 2020. Por envolver brasileiros e ocorrer na fronteira, o processo foi transferido para a capital e está sendo tratado na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Uma nova denúncia foi apresentada em 3 de maio do ano seguinte e aceita pelo juiz Alesson Braz em 6 de maio. O processo está sob sigilo judicial. O inquérito policial foi encerrado em 7 de outubro de 2020, quando a promotora do caso, Bianca Bernardes Moraes, confirmou que os sete acusados ​​foram denunciados e aguardavam audiência. Um adolescente suspeito de envolvimentos já foi representado, julgado e condenado, mas não foram divulgados detalhes sobre sua pena e crime.

Parentes do suspeito de estupro atacaram a família boliviana em sua propriedade

Os seis acusados ​​estão detidos no Complexo Penitenciário de Rio Branco, o último foi preso em 30 de dezembro de 2020 em Acrelândia, com a confirmação da prisão ocorrendo no início de fevereiro do ano seguinte. O adolescente condenado está cumprindo medida socioeducativa em um centro em Rio Branco. A chacina contra a família boliviana ocorreu em 13 de setembro de 2020 na fronteira entre Acre e Bolívia, quando o pai de uma adolescente de 14 anos flagrou um homem estuprando sua filha e o amarrou para chamar a polícia. Parentes do suspeito de estupro atacaram a família boliviana em sua propriedade, provocando a morte da mãe e de dois filhos, além de incendiarem a casa. A adolescente estuprada também foi baleada, mas sobreviveu após receber socorro médico.

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Fonte: UOL Notícias

Depois do ocorrido, a adolescente boliviana, que viu sua família ser morta e também foi baleada, foi acolhida em um abrigo no Acre junto com seu pai, com o acompanhamento do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância, Educação e Execução de Medidas Socioeducativas (Caop) do Ministério Público do Acre. Em dezembro do ano anterior, pai e filha retornaram à Bolívia após o tratamento médico. A menina, que passou por três cirurgias no braço e no maxilar, recebeu alta médica em 23 de outubro de 2020, após 40 dias de internação em Rio Branco.

Fonte: G1

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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