Justiça nega habeas corpus a hacker implacável que invadiu sistemas de banco público
A 3ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) negou o pedido de habeas corpus de Matheus Marques, um hacker suspeito de invadir o sistema do BRB e tentar extorquir a instituição.
Matheus é considerado o mentor intelectual do crime e está detido desde 26 de abril. Ele teria atuado em parceria com Fábio Antônio Castro, que foi preso em janeiro pelo mesmo crime.
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Segundo as informações da investigação conduzida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os hackers utilizaram um número de telefone da Moldávia para dificultar a identificação. No entanto, os laudos periciais revelaram diversas conversas entre Matheus e Fábio. O número europeu pertencente a Matheus teria sido utilizado principalmente nas negociações relacionadas à extorsão.
A investigação também identificou diálogos em que os hackers exigiam o pagamento em bitcoin como condição para não divulgar os dados dos clientes do Banco de Brasília (BRB). As vítimas eram chantageadas com a solicitação de 50 bitcoins, equivalente a cerca de R$ 5,2 milhões na época dos fatos, em 5 de outubro de 2022. A ameaça era divulgar as informações na deepweb e na mídia.
Segundo as investigações, o BRB não efetuou nenhum pagamento, concentrando-se na limpeza de seus ativos computacionais e se preparando para uma possível divulgação dos dados acessados.

Os crimes ocorreram em outubro de 2022, e os acusados foram presos em janeiro deste ano em São Paulo, durante a operação Black Hat, realizada pela Delegacia Especial de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Os hackers são alvo de investigação por extorsão e invasão de dispositivo informático
O inquérito policial que investiga o caso está em andamento na Vara Criminal de Brasília, e os hackers são alvo de investigação por extorsão e invasão de dispositivo informático. Os criminosos acessam os arquivos das vítimas e exigem resgate para devolver o controle sobre os dados. O uso de criptomoedas, como o Bitcoin, dificulta o rastreamento dos criminosos.
A operação Black Hat recebeu esse nome porque é um termo usado no contexto digital para se referir a indivíduos que tentam acessar informações ou atingir objetivos pré-determinados sem autorização. As invasões geralmente são realizadas para a prática de crimes.
No campo do Otimização de Mecanismo de Busca (SEO, na sigla em inglês), as técnicas de Black Hat são utilizadas para contornar algoritmos, em vez de tentar melhorá-los.
Fonte: Metrópoles