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Justiça manda prender goleiro Bruno por não pagar pensão alimentícia

O goleiro Bruno, condenado em março de 2013 a 17 anos e 6 meses por homicídio triplamente qualificado da modelo Eliza Samudio, após ter um filho com ela nunca teria pago a pensão devida à criança.

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Goleiro Bruno. Imagem: Em.com.br

Agora, a justiça de Cabo Frio expediu um mandado de prisão para o ex-jogador do Flamengo, por atraso na pensão alimentícia do filho que teve com a modelo.

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A mãe de Eliza disse que Bruno nunca pagou a pensão alimentícia do filho, que já completou 12 anos de idade.

Guarda do filho de Bruno e Eliza

Após o desaparecimento e a morte de Eliza Samudio, em junho de 2010, a mãe de Eliza pediu a guarda da criança na Justiça, o que foi concedido. O pai de Eliza pleiteou na Justiça a guarda do neto e o reconhecimento da paternidade por Bruno. A guarda foi revogada ao avô materno, pois relatos informavam que o mesmo permitia que homens abusassem de sua filha Eliza na infância da menina, em troca de dinheiro.

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Modelo Eliza Samudio. Imagem: Extra

A mãe de Eliza encaminhou pedido de exame de DNA, que comprovou que Bruno é pai do filho de Eliza. Apenas em 12 de julho de 2012, após sentença publicada pela Justiça do Rio, Bruno foi considerado legalmente pai da criança.

Como ocorreu a morte de Eliza Samudio

Eliza e Bruno começaram a se envolver em 2009, quando o goleiro ainda era casado. Após a modelo engravidar, Bruno negou a paternidade e começou a agredi-la, conforme ela relatou à polícia na época.

Após estes acontecimentos, Eliza foi até a um sítio do atleta Bruno em Esmeraldas, Minas Gerais, para tentar reconciliação, e acabou desaparecida.

O crime só é desvendado após um adolescente que participou da ação relatar que a modelo havia sido esquartejada e entregue seus restos a cachorros Rottweiler, tendo Bruno como mandante do crime.

O corpo da modelo nunca foi encontrado, e o goleiro e mais 2 pessoas foram condenadas pela morte de Eliza Samudio.

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Imagem: G1

Bruno teve sua pena em 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

Pedidos de prisão e liberdade após a condenação de Bruno

Em 2017, Bruno conseguiu o deferimento de um habeas corpus por uma liminar deferida pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, que entendeu que o jogador poderia aguardar em liberdade enquanto o caso não era julgado em segunda instância. No mesmo dia ele se apresentou no Boa Esporte-MG como novo goleiro.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a revogação da decisão que liberou o goleiro da prisão, pois o processo estaria demorando para ser julgado por recursos da própria defesa. O Supremo proferiu nova decisão, pelo placar de 3 a 1, de não referendar a liminar que havia sido concedida pelo ministro Marco Aurélio Mello no dia 21 de fevereiro de 2017 e assim o goleiro volta a prisão, sendo autorizado pela Justiça a sair da cadeia durante o dia para dar aulas de futebol em uma entidade.

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Imagem: Abril

No julgamento dos recursos, o Tribunal diminuiu a pena do goleiro Bruno, por 2 votos a 1. A Condenação pela morte de Eliza Samudio passou de 22 anos e 3 meses para 20 anos e 9 meses, porque o crime de ocultação de cadáver já estaria prescrito.

Bruno teria saído da cadeia em Varginha, no Sul de Minas, em julho de 2019, após conseguir progressão para o regime semiaberto.

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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