Leandro Boldrini é condenado a 31 anos e 8 meses de prisão
Quem é Leandro Boldrini e qual sua relação com o caso de Bernardo, seu filho de 11 anos?
Leandro Boldrini é um médico cirurgião acusado de ser o mentor intelectual do plano que levou à morte de seu filho, Bernardo, de 11 anos, em abril de 2014. O réu responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação), ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Ele já foi julgado e condenado à 33 anos e 8 meses de prisão, juntamente com outros três acusados em 2019. No entanto, uma decisão da 1ª Câmara Criminal do TJRS, em dezembro de 2021, anulou o julgamento de Leandro. Agora, em 2023, acusação e defesa estavam novamente a postos para analisar em detalhes os argumentos e evidências apresentadas.
O motivo da suspeita de Leandro Boldrini no caso do assassinato de Bernardo
O Ministério Público entende que Leandro não só era conivente com a situação problemática entre Bernardo e sua madrasta, Graciele Ugulini, como também queria se livrar do filho, sendo esse o motivo do plano que culminou na morte de Bernardo. Segundo a acusação, Leandro atuou na execução e na ocultação do cadáver e, depois, procurou a polícia para registrar o desaparecimento da criança.
Para sustentar essa afirmação, o MP trouxe ao tribunal diversas evidências, como extratos de ligações telefônicas e áudios. Em um dos áudios apresentados, Graciele discute com Bernardo e afirma que “prefere apodrecer na cadeia do que ficar em casa contigo incomodando”. Além disso, a madrasta diz que não tem nada a perder e que Bernardo não sabe do que ela é capaz.
A defesa de Leandro Boldrini: argumentos e contrapontos
Por outro lado, a defesa de Leandro Boldrini sustenta sua inocência e busca a absolvição do acusado. O advogado Ezequiel Vetoretti, responsável pela defesa, afirma que Leandro nunca teve a intenção de criar um álibi e que sempre procurou espontaneamente a polícia para saber se havia informações sobre o paradeiro do filho, Bernardo.
Segundo Vetoretti, Bernardo poderia ter ido voluntariamente a Frederico Westphalen com Graciele, pois o clima em casa teria sido apaziguado após a audiência judicial. O advogado também afirma que Leandro acreditava que Bernardo estava na casa de um amigo da escola e chegou a procurá-lo antes de efetuar o registro do desaparecimento na polícia.
O veredicto final
Após diversas explanações e tréplicas dos dois lados, o Conselho de Sentença, composto por seis homens e uma mulher, se reuniu para decidir sobre o caso de Leandro Boldrini. A juíza de Direito Sucilene Engler Audino, presidente do Tribunal do Júri, foi a responsável por anunciar o resultado após a decisão dos jurados.
Diferente da primeira sentença, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e 8 meses de reclusão. Como o réu ficou preso por 3.264 dias, ele deverá cumprir pelo menos 8 anos no regime fechado, sem a possibilidade de condicional.