Noticias

Líder afrotradicional discute intolerância religiosa e racismo em entrevista inédita

TV Povo Negro e Sinpro-DF realizam entrevista com líder afrotradicional sobre intolerância religiosa

O líder afrotradicional do Candomblé de Angola, Tata Ngunzetala (Francisco Aires Afonso Filho), concedeu uma entrevista à emissora TV Povo Negro, em uma parceria inédita com o Sindicato dos Bancários e o Sinpro-DF. Com enfoque na intolerância religiosa à matrizes africanas, Tata Ngunzetala discorreu sobre a relação entre essas crenças e o sistema racista brasileiro.

Líder afrotradicional discute intolerância religiosa e racismo em entrevista inédita
Imagem: Reprodução

Leia mais:

Foragido acusado de homicídio é morto em confronto com a Polícia Civil

4 HQs de True Crime imperdíveis para aficionados do gênero disponíveis na Amazon!

Intolerância religiosa como fruto do racismo

Apesar de o Brasil ter se tornado um Estado laico há 132 anos, segundo Tata, as religiões de matriz africana ainda são as mais acometidas por ataques de intolerância religiosa no país. Para o líder religioso, tal cenário é decorrente de um sistema racista que persiste em nossa sociedade.

Lembrando o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, Tata ressaltou a importância das novas gerações valorizarem suas raízes ancestrais. “É preciso que na sala de aula quando se refere a africanos não se fale os pretos, mas os povos africanos.”, afirmou.

“Porque foram trazidos para cá indivíduos que tinham pertencimentos (povos específicos, línguas, nível hierárquico, tradições diferentes, como vestimenta, alimentação, ou seja, cada povo tinha uma cultura diferente). É fundamental respeitar isso”, completou.

Alta da intolerância religiosa no Brasil que preocupa

De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, houve um aumento de 140,3% no número de denúncias de crimes de intolerância religiosa registradas pelo Disque 100 nos últimos cinco anos. Saltando de 615 ocorrências reportadas em 2018 para 1.418 em 2023.

As religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, estão entre as cinco mais seguidas no Brasil, com mais de um milhão de adeptos, segundo dados do IBGE.

A partir de janeiro de 2023, a lei 14.532 reforçou a punição a crimes de intolerância religiosa. Com a nova legislação, além de multa, quem for condenado pode cumprir até cinco anos de prisão. Além disso, a lei equipara injúria racial ao racismo, tornando o crime imprescritível e inafiançável.

Material didático contra o racismo

Para a coordenadora da Secretaria para Assuntos de Raça e Sexualidade do Sinpro, Márcia Gilda, a entrevista com Tata Ngunzetala é um excelente material para apoio ao debate sobre racismo e intolerância religiosa: “É um excelente material para ser usado em visitas a escolas em projetos de educação antirracista”.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo