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O que aconteceu com Lindemberg Alves após ter sido condenado por matar Eloá?

Em 2008, ocorreu um dos sequestros mais trágicos e intensos da história do Brasil, envolvendo Eloá Cristina Pimentel, uma jovem de 15 anos, em Santo André, São Paulo. O sequestro iniciou em 13 de outubro, quando o ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves, invadiu o apartamento armado, ameaçando Eloá, sua melhor amiga Nayara Rodrigues e outros colegas.

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Ele exigiu que Eloá voltasse a namorar com ele e liberou algumas das vítimas, que alertaram a polícia. As negociações iniciaram, mas Lindemberg fez diversas exigências e o sequestro durou mais de 100 horas, transmitido ao vivo pela televisão.

No dia 17 de outubro, a polícia invadiu o apartamento onde a jovem estava sendo mantida refém. Durante o confronto, Lindemberg atirou em Eloá e Nayara, que havia voltado ao apartamento durante as negociações. As duas foram levadas para o hospital em estado grave, mas Eloá teve morte cerebral no dia seguinte.

O assassino foi sentenciado a 98 anos de prisão em 2012 por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Lindemberg está cumprindo a pena máxima de 30 anos prevista pela lei brasileira

Ele está preso em Tremembé, São Paulo, cumprindo a pena máxima de 30 anos prevista pela lei brasileira. Em 2014, Lindemberg recorreu da decisão judicial, mas teve seu recurso negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

Durante esse período, ele rejeitou entrevistas, inclusive com importantes jornalistas do país, como Roberto Cabrini, conforme noticiado pela Folha de São Paulo em 2009.

Em 2020, ele solicitou progressão de pena e foi beneficiado no início de 2021, passando para o regime semiaberto. No entanto, quatro meses depois, o benefício foi revogado pela Justiça, devido a relatórios de avaliação que apontaram traços de personalidade antissociais e narcisistas, bem como comportamento agressivo e falta de controle emocional.

O desembargador concluiu que Lindemberg não havia seguido adequadamente o tratamento penal e, portanto, precisaria permanecer por mais tempo em regime fechado.

Embora não tenha cometido faltas graves e tenha apresentado bom comportamento enquanto estava preso, a defesa de Lindemberg não concordou com a decisão e afirmou que apelaria da sentença. Eles argumentaram que Lindemberg cumpriu quatro meses de pena no regime semiaberto sem nenhum incidente que justificasse sua transferência para o regime fechado.

Fonte: UOL

Daniele Kopp

Daniele Kopp é formada em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) e Pós-graduada em Direito e Processo Penal pela mesma Universidade. Seu interesse e gosto pelo Direito Criminal vem desde o ingresso no curso de Direito. Por essa razão se especializou na área, através da Pós-Graduação e pesquisas na área das condenações pela Corte Interamericana de Direitos Humanos ao Sistema Carcerário Brasileiro, frente aos Direitos Humanos dos condenados. Atua como servidora na Defensoria Pública do RS.

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