Mãe de juíza morta a facadas pelo ex-marido ficou sabendo da morte pela neta
A mãe da juíza Viviane Vieira do Amaral, morta a facadas pelo ex-marido na frente das filhas do casal, foi ouvida no processo que apura o caso, nesta última quinta-feira (10) e contou que soube do ocorrido pela neta, de nove anos.
A mãe da juíza relata que a neta ligou em seguida ao cometimento do crime
A avó da criança e mãe da vítima, Sara Vieira do Amaral, contou que a menina de nove anos ligou para ela minutos depois da mãe ser assassinada com 16 facadas. Ao relatar o telefonema, Sara conta que a neta disse:
“O papai furou a mamãe toda e ela está caída no chão. É muito sangue, é muito sangue vovó.”
Sara contou ainda como as netas reagiram e lidaram com o trauma de terem assistido à morte da mãe:
“Eu fui profundamente machucada, mas as coisas com as crianças estão caminhando. Todas as três muito traumatizadas, muito tristes. Elas brincavam de desenhar corpos com lápis vermelho, como se fosse corte. Uma vez, ela desenhou um bonequinho que abria e quando abria era cheio de sangue.”
Ao ser indagada sobre a motivação do crime, a mãe da vítima afirmou que teria sido por motivos financeiros. Segundo ela, o ex-marido da filha, Paulo, não aceitava o divórcio, e o trabalho da filha era a única fonte de renda da família durante o casamento.
Sara relatou que o réu foi casado com a sua filha durante 11 anos, e durante seis, ficou desempregado.
“Ela dava plantão, fazia hora extra para melhorar a situação da família e ele fazia beach tenis na praia, passeava de bicicleta, vivia queimado de sol, com amigos (…) Quando a gente perguntava, ela dizia que ele ajudava com as compras de mercado. Mas ela sempre foi muito reservada quanto a isso.”
Sara relatou também, que Viviane abriu mão de vários bens materiais para que Paulo ficasse satisfeito com o divórcio, e que ele havia exigido ficar om os dois carros da família, além de R$ 650 mil que Viviane teve que depositar para ele.
“Ele extorquiu a Vivi. Tudo que ele pedia, ela dava. Ela falava: ‘Eu vou dar porque eu quero ficar com a guarda das minhas filhas’. Viviane chegou a transferir R$ 650 mil para ele na época do divórcio. Isso sem contar pequenos depósitos de 20, 10 mil. Ele ficou com a casa, com todos os moveis, com os dois carros, solteiro e infeliz.”
A juíza foi morta com 16 facadas na véspera do Natal de 2020, quando Viviane levava as crianças para passarem a data com o pai, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Segundo os autos do processo, a vítima foi atacada de surpresa quando descia do carro para deixar as filhas com o ex-marido.
Fonte: G1