Mãe luta contra injustiça e sociedade oculta em filme arrepiante
Lost Girls: Os Crimes de Long Island – Uma análise sobre a tensão e a busca por justiça
Perdidas no meio da obscuridade, mulheres lutam para encontrar suas filhas e irmãs desaparecidas e, no processo, expõem uma série de crimes brutais. “Lost Girls: Os Crimes de Long Island” retrata a busca por justiça destas mulheres, mas será que o filme de Liz Garbus é bem-sucedido em abordar essa narrativa densa e complexa?
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A performance de Amy Ryan como Mari: uma mãe-coragem
A protagonista, Mari, é interpretada por Amy Ryan, que traz uma performance intensa e corajosa ao filme. A personagem é um exemplo clássico de uma mãe-coragem, que enfrenta um sistema falho e a apatia da própria sociedade para descobrir o que aconteceu com sua filha desaparecida.
No entanto, o desenvolvimento de Mari fica aquém de seu potencial. A diretora Liz Garbus tenta criar uma relação complexa e multifacetada entre Mari e sua filha, mas a fragilidade inicial da personagem é substituída por um drama superficial que não explora completamente as nuances desta relação mãe-filha ou da situação tensa em que se encontram.
O tratamento da temática das prostitutas e dos assassinatos no filme
Uma das decepções em “Lost Girls: Os Crimes de Long Island” reside na abordagem superficial dos temas pesados envolvidos na trama. As jovens vítimas dos assassinatos são prostitutas, o que leva ao questionamento sobre o papel do moralismo e do preconceito na investigação dos crimes e na atitude da comunidade frente à situação.
Porém, o filme não aprofunda esse debate e apenas apresenta os estereótipos e preconceitos associados a essas mulheres, sem realmente problematizá-los ou analisá-los. Liz Garbus apenas utiliza esse tema como pano de fundo, ao invés de explorá-lo com profundidade e contribuir para um questionamento maior.
As falhas e acertos no roteiro de Lost Girls: Os Crimes de Long Island
Um dos pontos fracos do roteiro é a recorrência de lugares-comuns: a mãe corajosa enfrentando um sistema falho, a inépcia da polícia diante das evidências dos crimes e a hipocrisia da sociedade que prefere esconder a verdade. Esses elementos soam repetitivos e não original, o que diminui o impacto da história.
Por outro lado, o filme tem como mérito a sua decisão de não oferecer respostas prontas, convidando o espectador a participar ativamente na construção da narrativa e a se questionar sobre a natureza dos personagens e do próprio comportamento policial. Este espaço aberto e a falta de conclusões preestabelecidas tornam “Lost Girls: Os Crimes de Long Island” um título interessante e diferente do padrão, apesar de algumas falhas em seu desenvolvimento.
Em conclusão, “Lost Girls: Os Crimes de Long Island” é um filme que tenta lidar com temas pesados e complexos, mas acaba se perdendo em estereótipos e lugares-comuns. Apesar da intensa atuação de Amy Ryan e da tentativa de não ser mais um filme convencional, a produção de Liz Garbus não consegue explorar plenamente as potencialidades de sua história e se aprofundar nas discussões que poderiam elevar o longa a outro patamar. Portanto, o filme se mantém como uma obra mediana, capaz de entreter, mas que não alcança a profundidade e a complexidade que poderia explorar.