Maníaco do Trianon: conheça a história do Dahmer brasileiro que atacou no fim dos anos 80
Depois do estrondoso sucesso da série que retrata a vida e os crimes de Jeffrey Dahmer, ‘Dahmer: Um Canibal Americano’, alguns casos de serial killers voltaram a ter bastante procura na internet.
Um deles ocorre no Brasil, eis que tivemos um serial killer com modus operandi parecido com o de Jeffrey Dahmer, conhecido como Maníaco do Trianon.
Conheça a história do Maníaco do Trianon, popularmente chamado de “Dahmer Brasileiro”
O homem se chamava Fortunato Botton Neto (1967-1997) e afirmava ter nascido na capital paulista e fugido de casa ainda criança. Teria vivido de esmolas na rua e alegou ter sido estuprado por um caminhoneiro quando tinha 8 anos.
No início dos anos 80, começou a atuar como garoto de programa nos arredores da Av. Paulista. Um dos seus “pontos” era o parque Trianon. A aids estava no auge, havia muita homofobia e o envolvimento com drogas deixou Botton com problemas financeiros.
Em outubro de 1987, o corpo de um psiquiatra foi encontrado em seu apartamento pela empregada dele. Estava com pés e braços amarrados na cama, uma meia na boca, facadas no pescoço, tórax e abdômen e, segundo a autópsia, uma alta dose de álcool no sangue. Foi a primeira vítima de Botton, em busca de dinheiro.

Cinco assassinatos cometidos por ele foram investigados oficialmente entre 1987 e 1989. Os alvos eram clientes antigos e novos. Tinham entre 30 e 50 anos e, geralmente, moravam sozinhos. O maníaco agia sempre do mesmo modo: bebida para entorpecer, imobilização, estrangulamento e facadas, o que lembra o modus operandi de Jeffrey Dahmer, mas as motivações dos dois eram completamente diferentes.
O preconceito atrapalhou bastante as investigações. Como muitas das vítimas não eram assumidas, algumas famílias tentavam varrer o caso para debaixo do tapete.
A polícia só foi se empenhar mesmo na investigação quando um investigador relacionou os diversos crimes, estabelecendo que se tratava de um serial killer.
Em busca de grana, o garoto de programa passou a chantagear um estudante, exigindo pagamentos periódicos para não revelar a sexualidade do rapaz.
O jovem, porém, recorreu à polícia, que armou uma tocaia. Botton foi preso em flagrante, por extorsão, em junho de 1989.
A investigação já havia rendido à polícia o nome e a descrição do assassino. Além disso, ele havia deixado uma impressão digital no quarto da primeira vítima eis que tinha usado o telefone dela para fazer uma ligação (posteriormente rastreada). Concluiu-se que Botton era o maníaco que buscavam.
Botton confessou treze mortes, mas foi condenado a 8 anos de prisão só por cinco delas. Em 1997, ainda preso, morreu de broncopneumonia, decorrência da aids.
A frieza com que ele relatou os crimes chocou os policiais. Em um de seus depoimentos, o maníaco diz:
“Matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade de tomar mais, e a coisa não para nunca”.
O Discovery Chanel fez um episódio sobre os crimes de Botton no programa “Instinto Assassino”.